Mensagem na garrafa.

A discussão sobre o futuro do mundo parece estagnar em um êxtase destrutivo, onde grandes massas parecem contemplar a destruição de um mundo no qual não se inserem, seja por opção ou, mais provavelmente, por incapacidade.

A ideia de progresso já não atrai tanto, em um mundo repleto de crentes e crenças diversas. A descrença no futuro cresce cada vez mais. Talvez seja por isso que muitos recorram à ideia do além.

E é nesse além que está depositada a aposta no fim, na destruição, no extremo. Ao desistir das respostas, as pessoas parecem desistir do caminho e preferem a chegada incerta.

A expectativa está na morte, naquilo que põe fim a tudo, pois se não possuem nada em que acreditar, desejam que tudo acabe.

Certamente, não é o objetivo daqueles que manipulam tal desilusão destruir apenas por destruir. Eles manipulam para assumir o controle, o poder, fazendo uso desse discurso caótico e apelando para instintos primitivos e desejos para liderar.

Assim, ficamos à espera. O avanço furioso das guerras ocorre porque o outro não pode ter sucesso, prosperar. Outro instinto, ainda mais profundo e primitivo, de sobreviver, talvez impeça o acionamento do botão destruidor definitivo. Quem sabe, aqueles que propagam tanto ódio saibam quando fugir com o saque acumulado, deixando a tarefa de reconstrução para outros.

Há loucos por aí que, satisfeitos, possam abandonar a massa manipulada a outros sonhos. Ainda não sabemos.

Vale a pena acreditar?


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