
Estamos entrando no ano das eleições municipais, na fase de definições de candidaturas e de lançar a rede.
Os candidatos conservadores parecem menos alinhados do que os de centro e progressistas. Com o alívio relativo na economia em 2023, resta à direita o discurso moralista, no qual eles dominam, mas que é relativamente amplo o suficiente para ser usado por outras forças políticas.
Explico.
Não por acaso, o governo Lula, acompanhado pelas bancadas, evitou liderar confrontos com a pauta moralista da direita. Muito do acirramento eleitoral, que remonta a 2018, envolveu entrar nesse debate que procura confundir e desviar a atenção dos verdadeiros problemas.
É claro que as pautas de comportamento precisam de avanço, o que parece acontecer de fora para dentro da política, avançando no judiciário, enquanto o uso demagógico trava as discussões no congresso.
Para obter o apoio das bancadas conservadoras eleitas, com as quais a convivência e acordos são imperativos práticos, não restou ao governo adiar as discussões que não interessavam a esses grupos. Imagine que um absurdo como um marco temporal consegue avançar no congresso, mesmo quando vetado pelo presidente e considerado inconstitucional pelo STF.
Mas a questão, quando olhamos para o momento com pragmatismo, é que sem o discurso moralista, a direita perde grande parte de seu alcance. E, até certo ponto, abre espaço para que outras frentes possam prevalecer, como inclusão social e até ambiental, que podemos ver crescer no debate público.
É sem dúvida uma posição de omissão, talvez até hipócrita, quando sujeitamos e evitamos o debate moralista abertamente. Mas é também, de certa forma, reconhecer a maioria conservadora do Brasil que soube capturar o sentimento e fazer dele um uso importante na política, elegendo quadros conservadores da pior espécie.
Estamos vendo esse fenômeno, a esquerda e o campo progressista estão preferindo não morder novamente a isca e deixando os discursos praticamente equivalentes. Uns por uso exagerado e outros por ignorar a matéria. Tentam, assim, anular os efeitos deletérios do uso negativo das pautas, enquanto avançam em outras.
Não é um feito nobre, a eficácia ainda precisa ser comprovada. E os conservadores, até agora, não cedem em seus números nas preferências dos eleitores. A tática pode até confundir mais, mas, sem dúvida, é o que temos.
Vamos ver os resultados, também porque parece ser uma estratégia nova em aperfeiçoamento. Não é uma capitulação, ainda, nem parece que será.
Mas é com ela que vamos para as próximas eleições.
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