
Ontem, segunda vez no ano, o povo chileno escreveu e recusou uma nova constituição, para substituir a atual escrita durante a ditadura Pinochet.
Uma primeira tentativa foi feita pelo atual presidente e seu grupo, uma espécie de PSol no poder, e a nova carta pretendida foi rechaçada de pronto no plebiscito anterior.
Antes de escreveram a atual tentativa, eleições legislativas mudaram a maioria legislativa no país, e os conservadores resolveram tentar a sorte e propuseram uma carta pior que a do Pinochet, por incrível que pareça.
E que foi derrotada ontem em um novo plebiscito.
E a velha carta constitucional continua a valer.
A popularidade de Boric não recomendaria uma nova tentativa, o que foi prontamente entendido por ele e anunciou a desistência até o fim de seu período. Que sugeriu até, o que hoje é improvável, inclusive se for reeleito.
O título do texto é uma referência a uma piada que corria na época da ditadura Pinochet, quando o ditador recorria a plebiscitos para renovar seus mandatos. Eleição, nem pensar. Em todo o caso, ele foi derrotado e acabou saindo e os civis retornaram. Deixou de herança uma constituição que eles não conseguem substituir, o que fala muito da dificuldade de uma nova ideia conquistar maioria nesse mundo, cada vez mais atomizado.