
O plano Milei, como suspeitávamos, é uma versão piorada do plano Collor.
Desvaloriza fortemente o câmbio, espera atrair investidores estrangeiros que não aparecerão, libera os preços de tudo, elevando a inflação às alturas, para depois cair rapidamente, mantendo a média, mas dando a falsa impressão de melhoria. Libera importações totais, destruindo a indústria nacional e agravando a questão das divisas que eles não possuem.
Sobre aposentadorias e venda das estatais, especialmente as reservas de gás em Vaca Murta, nada foi dito, mas uma bomba atômica parece estar a caminho.
Nenhuma menção ao aumento dos juros; agem como se o déficit e o financiamento da dívida pública estivessem resolvidos. Mas já sabemos que estão pedindo dinheiro à China de forma urgente.
Déjà vu total, tive o mesmo sentimento ao assistir Zélia Cardoso anunciando o plano Collor, que era muito mais ousado que esse de Milei e que, devido à sua opacidade, não segurou por nem seis meses.
“Faltam Plata”, gritava o candidato da motosserra, que pretendia dolarizar a economia sem dólares e fechar o Banco Central. Amanhã de manhã, eles estarão reunidos para combinar como administrar o desastre que estão prestes a causar.
Outra grande questão não anunciada é o pagamento do décimo terceiro salário do funcionalismo e os reajustes salariais futuros.
Em resumo, parece ser a mesma improvisação da época Collor, e os resultados, nesse caso, parecem ser conhecidos e desastrosos.
E, cá entre nós, sabe o que faltou mesmo? Um plano! Porque até agora, o sujeito que endividou o país há 4 anos, o Ministro Caputo, retornou com o discurso de que existe uma dívida e precisamos pagar. Com inflação, desemprego, concentração de renda no setor exportador e nos fornecedores privados de água, luz e transporte. E, de inovador e libertário, não tem nada. Parece um velho plano dos anos 80, nada de dolarizar, nada de fechar o banco central, congela o câmbio e cria impostos novos sem mexer nos velhos. Ou seja, não funciona. Em seis meses, vão improvisar outro para se segurar até cair de podre.