
Hoje marca o início da derrocada da Argentina, e assim como era previsível em nosso caso com Bolsonaro, agora chegou a vez dos hermanos.
Não é má vontade, observe que alguém pode pensar que, como Milei ainda não implementou suas principais medidas e elas ainda não foram anunciadas, como é possível prever o futuro negativo?
A resposta está sempre em quem suportará o custo do ajuste. Ao conhecermos o alvo dos decretos que virão, o destino da maioria é conhecido de antemão, assim como os resultados.
Inflação com estagnação econômica, paralisação de obras públicas, congelamento de aposentadorias e salários, retenção de repasses às províncias, liberação de preços administrados e dolarização. Mesmo que esta última não ocorra de maneira geral, por falta absoluta de meios econômicos, ela passa a ser a baliza do mercado, mais do que já é, e engessa o país em moeda estrangeira escassa.
O roteiro não apresenta nenhuma novidade – inflação, congelamento de salários e liberação de preços. É a cartilha neoliberal na veia, repetida tantas vezes com o ajuste feito às custas do sacrifício da população e resultados medíocres, mas favoráveis ao capital financeiro.
Faltou mencionar a privatização, a mentira para justificar a entrada de algum capital inicial para sustentar o novo governo. Isso cria expectativas e eventualmente algum investidor estrangeiro pode ingressar, trazendo algum alívio. No entanto, isso se transforma em remessas diárias de lucros e dividendos para fora do país, agravando ainda mais a falta de divisas para o comércio exterior no médio e longo prazo.
O problema da balança comercial na Argentina é o desequilíbrio entre entrada e saída de dólares, falta de divisas, o financiamento do consumo da classe média e alta, acostumados com produtos de qualidade do mundo, perpetuando um modelo produtor de farinha e carne para consumir caviar.
A descoberta de gás no país poderia amenizar e até resolver o desequilíbrio da balança comercial, se houvesse tempo para maturar os investimentos e começar a produzir e lucrar. No entanto, agora é mais provável vender tudo e assistir aos lucros deixarem o país, com migalhas para os pobres nativos.
Esse é o modelo colonial com resultados conhecidos. Não há aposta em prever o fracasso disso. Além das medidas pirotécnicas que o novo governo precisa adotar para ganhar algum tempo até os jovens argentinos, a maioria do eleitorado de Milei, entenderem que não receberão em dólares daqui para frente, como alguns pensavam, mas sim em moeda cada vez mais desvalorizada, exatamente como as mentiras da campanha acusavam o governo anterior de promover, sem explicar as causas e buscar alguma saída em que todos paguem igualmente o custo do necessário ajuste.
Vamos ver por quanto tempo essa situação perdura. Um ano, dois? Não vai além disso.
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