O fim do governo Dilma se deu na hora do acerto do pagamento da crise iniciada em 2008. Enquanto todos os países estavam reduzindo investimentos e financiamentos – tudo arruinado devido aos excessos – nossa urgência era oposta, no sentido de permitir investimentos que não foram feitos nos anos anteriores.
Lula assumiu o governo com a economia abalada pelo Plano Real. Que, de fato, controlou a inflação alucinada dos anos anteriores, mas elevou os juros a números insuportáveis, e o orçamento federal servia principalmente para o pagamento de dívidas e garantir aos investidores que seriam pagos. A solução para um novo governo seria a falência, que chamamos de calote no pagamento do serviço da dívida do tesouro – algo que ocorreu no governo Sarney, com resultados ruins – ou fazer o Brasil crescer. Embora possa parecer simples, as decisões nos anos anteriores sempre levaram a uma recessão mais profunda, ao aumento dos juros e à concentração de renda. Ninguém estava apostando no crescimento do PIB, que era e continua sendo a solução para um país pobre como o nosso.
E foi isso o que aconteceu depois; todo o esforço de Lula no primeiro mandato foi no sentido do crescimento, do investimento e da distribuição de renda. E os resultados estão na história para quem quiser saber.
O primeiro mandato de Dilma foi um grande sucesso, mas muita gente ignora isso, lembrando apenas do segundo mandato, quando a crise distributiva estava instalada e os ajustes no modelo herdado de Lula eram necessários. Foi exatamente o que Dilma começou a fazer, mas a crise legislativa e o golpismo já estavam instalados no Brasil.
Percebe-se que não havia uma crise econômica, mas sim uma crise política. Setores derrotados pelo PT pela terceira vez seguida imaginavam a volta de Lula, sucedendo Dilma e estabelecendo 24 anos consecutivos de governos petistas. Isso era insuportável para eles.
Promoveram o caos e tiveram sucesso porque, exatamente no momento em que o Brasil estava prestes a rediscutir a distribuição da conta de 2008, algumas perdas inevitáveis teriam que ocorrer, preparando o país para um novo ciclo econômico mais saudável e equilibrado.
Enquanto isso, nos países desenvolvidos, eles transferiram os custos de seus gastos de 2008 para os países mais pobres, através de manipulação cambial e manipulação nos preços das commodities. Na época, o petróleo chegou a custar 20 dólares, e a crise na Petrobras internamente foi atribuída à administração de Dilma e Mantega, sufocando a balança comercial brasileira e provocando uma fuga de divisas para os ricos, evitando o risco de mais investimentos nos países pobres.
Internamente, a mesma coisa aconteceu, o ajuste precisava ser feito e as perdas precisavam ser equacionadas, mas com o PT no governo, o mínimo que se esperava era uma distribuição mais equitativa dos custos.
O que não foi permitido fazer, e Michel Temer com seus asseclas assumiu o poder e transferiu o ajuste para as camadas mais pobres. Até hoje, perceba que o modelo de acumulação de capital e concentração de renda está funcionando. São 7 a 8 anos de um ataque ao capital dos empobrecidos. Reverter esse quadro levará tempo, mesmo com todo o esforço. Imagino que no início de 2025 começaremos a sentir as mudanças.
Até lá, é preciso ter força e foco. Observe que a reforma tributária ainda não entrou na discussão fundamental sobre imposto de renda, ficando principalmente na simplificação da cobrança e na discussão de alíquotas. A parte em que todas as outras reformas falharam ainda não tem nem data para começar.
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