Por que parou, parou por que?

Os números da arrecadação não deixam dúvidas de que, no terceiro trimestre do ano, nossa economia estagnou.

Geralmente, no último trimestre, que inicia em outubro, depois novembro e dezembro, temos a expectativa de melhora, mas, por enquanto, ainda não a temos. No ano, estamos bem, com os prognósticos de crescimento do PIB em 3% mantidos, contra as previsões iniciais de 0,7%. No entanto, o efeito dos juros astronômicos bateu forte, aumentando a inadimplência inédita e obrigando o lançamento de programas de renegociação que ainda estão em andamento, com efeitos esperados para os próximos meses.

Os juros mais altos do mundo continuam caindo a conta-gotas. É evidente que isso é positivo, mas estrangulou o setor de serviços, de quem dependemos para uma maior dinâmica da nossa economia, uma vez que é o setor que mais pesa na composição do PIB. E o setor de serviços continua patinando.

A indústria não retomou o fôlego necessário; grandes montadoras estão demitindo, enquanto a frota nacional de carros envelhece rapidamente.

O investimento público na retomada das obras paradas está engatinhando, prefeituras e estados estão digladiando para tentar recompor as perdas de arrecadação passada, adiando para o próximo ano a expectativa de resultados melhores.

A Petrobras está fazendo o que pode, batendo todos os recordes de produção, voltando a investir em cargueiros com conteúdo nacional, projetando a exploração da Margem Equatorial e administrando os preços dos combustíveis com a velha eficácia dos melhores tempos. Além das refinarias a todo vapor, evitando a importação de combustíveis, que era a prática corriqueira antes.

Na imprensa, a única coisa destacada é a queda da inflação, praticamente dentro da margem da meta quase impossível. No entanto, nem uma linha é dedicada à estagnação do setor de serviços, que é exatamente o setor que apresenta as maiores quedas de preços e que mais precisa voltar a crescer. Inflação baixa a custo de economia parada, mata o paciente.

A preocupação evidente do governo no momento é aprovar as últimas medidas no Congresso, visando aumentar a arrecadação para o próximo ano, mantendo os investimentos previstos e permitindo a tão cobrada trajetória sustentável da dívida. Parece que os ânimos nas duas casas estão apaziguados e os objetivos serão todos alcançados. Os percalços, sobretudo da reforma tributária ainda no Senado, que depois precisa retornar para a Câmara para carimbar as mudanças dos senadores, são normais. Lembrando que, no Brasil, ninguém conseguiu fazer uma reforma tributária nas últimas décadas, embora todos tenham tentado.

O ano vai fechar bem melhor do que começou, mas, sem dúvida, as cobranças para o próximo, incluindo uma eleição nos municípios, serão crescentes. Partimos de previsões próximas a 1,5% de crescimento do PIB em 2024, metade do que precisamos para manter os programas ativos e a estabilidade na política.

O quadro não é ruim, nem negativo; as bases estão assentadas e temos condições para iniciar um novo ciclo de crescimento. Enquanto lá fora as coisas não vão bem, embora os atuais conflitos caminhem para uma solução nas próximas semanas. Tanto Israel quanto a Rússia vão colher resultados, e Biden está perdendo apoio em casa em um momento decisivo para ele, com as eleições se aproximando. Para ele, as guerras não são mais uma boa ideia, e Trump, com sua promessa de acabar com todas em um dia, pesa na decisão do eleitor cansado de tanto conflito.

Dependemos um tanto de nós e um tanto do clima lá fora. Ambos estão meio incertos, mas, fazendo a nossa parte, que não será pouca, podemos colher os resultados pretendidos.

Vida que segue.

( Atualização: Setembro reagindo! Ótima notícia!

Superávit primário do Gov. Central R$ 11,5 bi; est. R$ 11,0 bi- Bloomberg 27/10
Resultado se compara a déficit de -R$ 26,4 bi em ago.
Receita total sobe p/ R$ 201,3 bi em set. x R$ 170,6 bi   em ago.)

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