
A história precisa voltar aos tempos bíblicos, quando ocorreu a destruição do Templo de Herodes, chamado de Terceiro Templo, e a destruição da cidade de Jerusalém pelos Romanos, no ano 135 da nossa era. E aqui começa a primeira falácia sobre o povo judeu que vivia na então Judéia, não apenas em Jerusalém. Várias outras cidades da região conhecidas da antiguidade mencionadas na Bíblia não foram alvo da fúria dos Romanos, que se concentrou principalmente no Templo de Herodes e na cidade de Jerusalém. Não houve nenhuma deportação maciça; não aconteceu uma expulsão em massa, os Romanos não transportaram os judeus em carroças e espalharam pelo mundo, como descreve a narrativa da diáspora após a guerra. Na sua maioria, eles permaneceram nas cidades não destruídas, e a vida na Judeia continuou.
Para os Romanos, aquela região não se chamava Judeia, mas Palestina. E assim permaneceu desde então.
Saltando 2 mil anos de história, que obviamente não podem ser simplesmente ignorados, os palestinos e seus descendentes continuaram a viver em suas terras, assim como os judeus que permaneceram na região nos séculos abordados aqui. A região passou majoritariamente para o domínio muçulmano durante os séculos de conquistas e reconquistas, até chegarmos ao final da Segunda Guerra Mundial.
Havia um precedente imaginário proveniente da política britânica no final do século XIX e início do século XX, quando um Lorde Inglês, Balfour, escreveu uma carta em 1917 sugerindo aos judeus indesejáveis que queriam morar na Inglaterra que fossem para a Palestina, que era vista, segundo os ensinamentos bíblicos, como a sua casa. Essa ideia não ganhou força até o final da Segunda Guerra Mundial, quando apenas alguns judeus concordaram com a ideia de Lord Balfour. Alguns judeus pobres e miseráveis aceitaram a oferta, em parte porque incluía doação de terras e apoio para a mudança. Essas terras eram compradas dos legítimos donos, que eram os palestinos.
No final da Segunda Guerra Mundial, os impérios, incluindo o britânico, enfraquecidos pela guerra, não tinham mais a força para manter suas colônias pelo mundo. Não por acaso, a Índia conquistou a independência da Inglaterra nessa época. Na Palestina, os colonos judeus se revoltaram contra o colonizador britânico, que controlava a região na época. Antes disso, a Palestina fazia parte do Império Otomano, que foi destruído na Primeira Guerra Mundial.
Além da oportunidade de independência, milhares, senão milhões, de judeus pobres e perseguidos pelo nazismo vagavam pela Europa sem um lugar para chamar de lar, com suas propriedades e famílias destruídas pelo horror nazista. Daí surgiu a ideia de realocar esse grande contingente de pessoas para algum lugar. A Europa de então, assim como a de hoje, tinha aversão a refugiados e migrações.
Resumindo, grupos de refugiados judeus da Alemanha e também da Rússia, onde viviam muitos judeus, foram deslocados para a Palestina e foram recebidos com resistência pelos moradores locais, que não tinham escolha senão aceitar a chegada, embora sempre resistissem a ela.
Desde então, com a ajuda do Ocidente, que estabeleceu um estado nacional no Oriente Médio, principalmente os únicos produtores de petróleo naquela época, os israelenses expandiram seu território na terra palestina, que foi ignorada e desprezada pelo Ocidente.
O componente religioso desempenhou um papel fundamental na criação do Estado de Israel, apesar dos interesses geopolíticos. Não é possível discutir essa questão atualmente sem considerar esse componente. Apesar de o atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, do Partido Sionista Likud, ser secular, ele recorre frequentemente ao direito divino para justificar a posse da terra e sua expansão. Além disso, ocidentais, especialmente cristãos religiosos, apoiam essa ideia. Não podemos esquecer que Jerusalém é uma região central para o cristianismo, além de ser um local importante para os judeus, pois ambos esperam a vinda do messias, que decidirá o destino do mundo.
Isso é algo a se considerar.
Quem sofre com o abandono e a destruição são os palestinos, exatamente os moradores da região há séculos, e agora seus descendentes são forçados a acreditar que a terra nunca foi deles.
Seria mais ou menos como os Celtas retomando o domínio da Inglaterra, os Guarani do Brasil ou os Apaches dos EUA. Uma tese absurda, mas é isso.
Não estou justificando a violência, as mortes ou as guerras. Elas precisam parar em todos os lugares.
Mas elas acontecem por algum motivo, e no caso sério da Palestina, a mistura de apocalipse, messias, petróleo e política, deu nisso.
E, meus caros e caras, a racionalidade está longe, e a manipulação religiosa está entre as mais poderosas do mundo e tomou conta de tudo.
Pobre povo palestino, preso em uma guerra sem exército, sem país e sem esperança.
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