
Dois eventos destacaram o momento da vida nacional com riqueza de detalhes.
A entrevista do Presidente do Banco Central, Campos Neto, ao comparar o ex-presidente com o atual Presidente do Brasil, e a greve do metrô de São Paulo de ontem.
Na entrevista após sua reunião com Lula, Campos Neto enfatizou que o Presidente atual demonstra muita paciência e disposição para ouvir, comparando-o com o ex-presidente. Ele mencionou como se preparava para suas reuniões com o ex-presidente, sabendo que tinha apenas 3 minutos para expressar suas ideias, porque após esses poucos minutos o ex-presidente se dispersava e a conversa morria antes mesmo de começar.
Isso é notável, considerando que ele era responsável pela política de juros no Brasil, o que custa R$ 700 bilhões por ano. Esse é o preço de suas decisões, algo que o ex-mandatário não demonstrava interesse em compreender. Isso mostra, se alguém ainda precisar de um exemplo nesse ponto, o quão profundamente estávamos enterrados em uma vala inacessível.
O segundo momento esclarecedor e revelador ocorreu durante a greve do Metrô de São Paulo ontem, que durou apenas um dia e já foi encerrada. O atual governador, Tarcísio, aproveitou uma entrevista concorrida para afirmar que o Metrô estava em greve, mas as linhas privatizadas estavam funcionando perfeitamente, o que, segundo ele, demonstrava a validade da escolha de continuar com as privatizações.
No entanto, assim que o governador terminou sua entrevista, a linha 9 à qual ele se referia parou de funcionar devido a uma falha elétrica no sistema. Curiosamente, essa foi a 51ª vez no ano que essa linha específica apresentou problemas, um número cinco vezes maior do que as falhas nas outras linhas que ainda são estatais no metrô paulista. E a tal linha 9 continua com defeito nessa manhã de quarta, enquanto as que estavam em greve ontem, trabalham normalmente. O argumento agora é que pode ter havido uma sabotagem. Mas a dúvida então é se as outras 50 falhas foram sabotagem também.
A maioria dos meios de comunicação tradicionais apoiou as declarações do governador e condenou a paralisação, que ocorreu em protesto contra as futuras privatizações anunciadas. Um dos argumentos comuns entre os analistas desses meios foi que o atual governador foi eleito com um mandato conhecido e aprovado, que inclui privatizações.
No entanto, é importante ressaltar que, nas eleições para a cidade de São Paulo, o vencedor foi Haddad, com mais de 10% de vantagem, enquanto perdeu a eleição para o governo paulista devido aos votos do interior. O interior não possui metrô, e os comentaristas esqueceram de mencionar que os moradores da capital estavam pagando o preço das escolhas políticas que não afetavam diretamente o interior.
A vida segue, e o drama nacional tem muitos elementos de tragédia, mas quando observado de perto, a comédia muitas vezes se sobressai.
Não deixa de ser um consolo.
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