O golpe dos militares.

A delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, afirmando as tratativas entre os comandantes das Forças Armadas para um golpe de estado após o anúncio do resultado que deu a vitória a Lula, reacendeu a discussão mal resolvida sobre a participação dos militares no governo Bolsonaro e os desdobramentos da invasão do dia 08/01, caso a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) tivesse sido acionada.

Fica mais claro que havia diferenças de opinião no Alto Comando militar, em qual grau e profundidade é impossível saber. A delação de Mauro Cid não é de maneira nenhuma uma fonte definitiva.

Mas traz algumas questões.

De cara, ele acusa o ex-chefe da Marinha, Almirante Almir Garnier, como um golpista empenhado em destruir a democracia. Ele não compareceu na troca de comando após a derrota e foi ele quem promoveu aquele desfile fumegante na porta do Palácio presidencial em Brasília – que ilustra o post -, de triste e melancólica lembrança. Um cretino.

Ontem ele ficou calado, e hoje apareceu comentando que as Forças Armadas são uma grande família. O atual comandante Marcos Olsen rebate pedindo individualização de condutas e afirma não ser golpista a posição da Força.

Garnier deveria seguir comentando, falando mais sobre a irmandade, e deveria falar na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) onde vai ser convocado e não vai responder a nada.

A verdade é que a fresta aberta pela delação de Mauro Cid, e ainda temos o Hacker Delgatti participando de reuniões no Forte Apache em Brasília para discutir como invadir urnas eletrônicas, mostram um estado de degeneração total das Forças Armadas. No mínimo, os militares usavam o ex-presidente fascista para conquistar e desfrutar do poder. No máximo, estavam todos juntos na destruição da nossa democracia a favor de interesses próprios.

O que vem por aí ninguém sabe, o ex-comandante da Marinha mostra que não agiu sozinho e o atual comando da Força é composto por 90% dos mesmos que estavam lá no governo passado. Imagino que sabiam das intenções do ex-comandante e foram omissos, continuam omissos e podem, na verdade, estar todos de acordo com a decisão anterior.

Ninguém sabe.

A coisa escalou, o Partido Militar expõe cada vez mais suas entranhas, é provável que lá dentro não escape ninguém.

E temos que seguir aguentando os desmandos e ameaças dessa gente, até que algum dia saibamos como enfrentar a arrogância interessada e empenhada nos privilégios.

Uma dura tarefa.

A delação de Mauro Cid abriu uma profunda ferida.

Melhor, reabriu.

O fetiche do Poder Moderador da República, o tal Art. 142 da nossa Constituição, passou da hora do enterro.

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