No início do ano, a aposta era exatamente na direção oposta: a base de sustentação do governo na Câmara seria de 130, no máximo.

Com esse número, não aprovaria nenhum projeto e o governo ficaria encurralado e imobilizado pela oposição e pelo centrão fisiológico. Fora o ameaça de impedimento.

O discurso de Lira era que um presidencialismo do tipo Rainha da Inglaterra deveria ser imediatamente implementado, com ele próprio assumindo a cadeira de primeiro-ministro.

Primeiro-Sinistro, no caso.

O PIB de 2023 previsto seria de 0,7%, o déficit público altíssimo e a inflação só baixaria mantidos os maiores juros do ano.

Nunca é demais repetir, porque enquanto atualmente a paternidade do atual momento econômico é disputada, a expectativa do ano a ano mostra exatamente para onde estaríamos se outra escolha fosse feita no último pleito nacional.

No Senado, outro local onde as previsões eram as piores possíveis, e que foi alvo principal das candidaturas bolsonaristas, o quadro é semelhante ao da Câmara. O governo dispõe de maioria absoluta e com a vantagem adicional de Pacheco na presidência, que até serviu de bloqueio ao apetite inicial de Lira.

A acomodação das frentes no Congresso, apesar dos números favoráveis, sempre é relativa, porque todo projeto mexe com algum tipo de interesse e as aprovações vão variar ao sabor dos acontecimentos e a cada rodada. Mas existe uma folga até para enfrentar as resistências ocasionais, e os projetos, mantendo os bons resultados até agora, facilitam a adesão que a todos beneficia.

A pauta de sacrifício parece mesmo pender para a moral, os conservadores precisam aderir sem perder seu eleitorado e passam a usar o discurso moralista para isso. Pacheco está até inventando uma lei ainda mais dura contra a posse de drogas, serve para o Senado marcar posição contra a decisão do STF, que permitiu algumas gramas de maconha. Pacheco mira o eleitorado conservador de Minas e sua provável candidatura ao governo. Imaginem o que vem por aí assim que o STF analisar e com tendência de também relaxar a criminalização do aborto.

Infelizmente, ao aderirem às pautas econômicas e sociais do governo, os conservadores lançam mão do moralismo para equilibrar a balança da aprovação do eleitor.

Fazem isso porque funciona.

Quanto ao governo, vai implementando seu programa econômico de forma prioritária, enquanto enfrenta críticas duras de setores progressistas e as justas pautas modernas, inclusivas e compensatórias.

Cada um no seu quadrado e a vida segue.

Ah, e estamos lá na ONU hoje, fazendo uma reunião com empresários brasileiros, americanos e de muitos outros países. A repercussão geral é que estão impressionados com a capacidade do governo brasileiro de agregar. Aqui nos EUA, dizem, Biden não conseguiu fazer o mesmo.

( A imagem que ilustra o Post foi elaborado pelo Professor Dawisson Belém Lopes @dbelemlopes )

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