
O silêncio do casal Bolsonaro ontem na PF foi baseado na hipótese de que o local do foro do inquérito das joias não seria Brasília, muito menos o STF, mas Guarulhos, em SP, onde as joias foram interceptadas pela fiscalização do aeroporto. Além disso, o advogado do casal também optou pelo silêncio, alegando os mesmos motivos de foro.
A alegação procede?
Aqui temos algumas observações anteriores a fazer. A vice-procuradora Lindora, no final de seu desastroso mandato na PGR, emitiu parecer contrário ao foro em Brasília e no STF, alegando a questão do local onde o crime foi interceptado, no caso o aeroporto em Guarulhos, e o fato de Bolsonaro, como ex-presidente, não dispor mais de foro privilegiado, remetendo o inquérito e o processo para a primeira instância paulista. Não bastasse a Lindora, também o Procurador Aras, desiludido com a não recondução ao posto pelo atual governo, retornou ao seu costume anterior de proteção aos fascistas e deu uma entrevista nas vésperas das oitivas da quadrilha defendendo a tese do foro paulista. Se faltavam motivos para não reconduzi-lo ao posto, e sobravam, soma-se mais um.Já o STF, por sua vez, manifestou a concordância de que as investigações sobre o golpe fracassado e seu planejamento, incluindo os ataques do dia 09/01, ficariam com o Ministro Moraes, mas especificamente sobre o caso das joias não foi provocado e ainda não bateu o martelo na questão. Será seguramente questionado pela defesa dos Bolsonaros.
De fato, existe uma questão mal resolvida aí. O foro deveria ficar em SP, e Bolsonaro, como ex-presidente, não pode ser investigado no STF, mas sim na primeira instância. Acontece que o inteiro teor dos inquéritos que apuram os fatos que levaram ao dia 08/01 não é conhecido, muito do apurado não veio a público por estar cercado de sigilo legal. E a alegação do foro das joias no STF estava baseada na conexão entre os investigados e as práticas, o conluio criminoso dos golpistas, e ontem a tese aparentemente foi confirmada pelo Cid em sua nova passagem de horas na PF. E foi uma das poucas coisas que vazou, não por acaso.
Cid revelou que muitas das atividades criminosas do grupo visavam financiar o gabinete do mal, a produtora clandestina de fake News do planalto. Do próprio celular do Bolsonaro partia muitas das mentiras inventadas pelo gabinete do mal, e também o vazamento prévio dessa informação tem alvo.
Ficando provada a circulação dos recursos clandestinos entre a gangue, incluindo o comércio de joias e outras atividades a serem reveladas, o inquérito fica resolvido, com o caso das joias e seus integrantes, toda a gangue, advogados, casal Bolsonaro, ajudante de ordens, militares, empresários, mulas, etc., todos concorrendo para promover não apenas o contrabando, mas levantando recursos para o ataque à democracia e a promoção de um golpe de estado. E, assim, o foro no STF fica resolvido, e o inquérito nas mãos do STF e de Moraes, com a gangue totalmente exposta em seus crimes revelados, tudo devidamente e legalmente enquadrado.
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