
A iniciativa do governo de promover alguma compensação em relação ao golpe do impeachment da Presidenta Dilma suscitou uma reação unânime da grande mídia nacional. Tanto ela quanto nós sabemos quanta mentira e manipulação foram de responsabilidade deles, e quanto qualquer revisão ou debate sobre o tema revelaria o papel deletério e parcial deles. Eles seguem o padrão usual: restringem o debate e encerram o assunto. Da parte deles, não se pode esperar mais.
Mas e quanto a nós?
Nos últimos dias, temos visto seguidas entrevistas do falecido político chamado Aécio. Todos os dias, o infeliz aparece comentando algum assunto, embora ninguém tenha interesse nele ou em suas opiniões. Outro que opina sobre qualquer coisa é o presidente bolsonarista do Banco Central, Campos Neto. Suas opiniões e pareceres parecem interessar a alguém, quando na realidade, não interessam.
Quando foi a última vez que a opinião contrária, o parecer de algum político progressista apareceu na mídia conservadora? O atual Ministro da Secom, Paulo Pimenta, frequentemente comenta que nunca foi entrevistado pelos meios de comunicação gaúchos, enquanto outros políticos de menor expressão têm espaço nas páginas e na televisão.
Precisamos entender que há uma lógica por trás das ações do governo Lula em relação à mídia. E além disso, agora há a atuação dos militares e do Congresso Nacional. Falando francamente, já que todos estão à venda, nós pagamos e depois vemos o que podemos fazer. Isso funciona. No entanto, funciona nas mãos do nosso totem político máximo, único e irrepetível. Depois, ficamos à mercê do destino.
Mesmo na hipótese de um quarto mandato, que seria uma oportunidade extraordinária para mais avanços, em algum momento teremos que enfrentar a questão da mídia de forma direta e aberta. A maioria, se não todos, os políticos conservadores baseiam suas plataformas políticas na mídia, com visibilidade incomparável, enquanto os progressistas lutam para conquistar espaços negados. Se não mudarmos essa situação, investindo maciçamente e de forma planejada na nova dinâmica proporcionada pelas redes sociais, sem timidez e utilizando todos os recursos disponíveis, quando não tivermos mais o nosso totem, o futuro nas condições atuais repetirá os desastres do passado.
É um assunto muito relevante, ainda não enfrentado, que dependerá de aceitar o risco político. Se esperarmos por uma mudança nas correlações de forças para agir, nunca sairemos da armadilha atual. Quanto a quando isso deve ser feito, não tenho a resposta. Dependerá da decisão do totem. Quando ele decidir avançar, se decidir, teremos que seguir junto, custe o que custar. Caso contrário, amanhã o centrão tomará o controle de tudo, ou algo ainda pior acontecerá.
Para concluir, temos sim sucessores viáveis, figuras importantes no campo progressista, com plenas condições de levar adiante a bandeira. O desafio, que não vejo alternativa senão enfrentar diretamente, é em relação aos congressistas. É lá que os conservadores dominam o cenário, e é lá que a disputa deve ocorrer.
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