Nesta semana, ocorre a 15ª Reunião Anual dos BRICS, envolta em grande expectativa após os últimos anos terem sido dominados pela crise da COVID-19. Para nós, em particular, enfrentamos outra praga igualmente desafiadora.

A pauta divulgada inclui a definição de critérios para adesão ao grupo – 22 países formalizaram a solicitação -, a situação de guerra na Ucrânia e a utilização de uma moeda comum nas transações comerciais entre os países.

Após essa importante missão, Lula prossegue para encontros bilaterais com outros países africanos, retomando a prática de seu governo anterior.

Uma discussão sobre a adesão de novos membros parece preocupar parte da diplomacia brasileira; não houve manifestação de Lula sobre o tema, apenas reiterou a pauta e mencionou a necessidade de estabelecer critérios para adesão. Estranhei a aparente resistência do nosso Itamaraty à expansão do grupo BRICS, e até mesmo a alegada diminuição do protagonismo do Brasil, diluído entre mais membros, foi debatida.

Penso que, de fato, este é um assunto a ser discutido de maneira séria, especialmente quando consideramos a possibilidade da moeda comum de comércio ser estabelecida. Para dar início a um teste tão importante como esse, abandonar o dólar como referência, todos os cuidados devem ser tomados para que não haja interferências e para que a nova base global de transações possa ser firmemente estabelecida.

Portanto, os critérios precisam e serão debatidos.

A minha primeira impressão seria a de acolher o maior número possível de novos membros, visando o fortalecimento do grupo e a abertura de oportunidades comerciais. Considerando que a questão primordial da nova moeda de trocas está surgindo e com potencial para se consolidar, é prudente que os novos membros aguardem um momento mais.

Continuaremos acompanhando.

( Atualização: Lula acaba de discursar defendendo a ampliação dos BRICS. Fiel ao seu estilo inclusivo. )

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