A prisão de todos os comandantes da Polícia Militar do Distrito Federal, por omissão nas invasões na Praça dos 3 Poderes em Brasília, no dia 08/01, encerra uma das arestas abertas pelos delírios bolsonaristas.

Ao mesmo tempo que abre uma ponte com a história atual e de 1964 no nosso Brasil.

Nas mensagens trocadas entre os comandantes presos, além daquele lixo todo que o fascismo gosta de espalhar, os próprios comandantes debatiam entre si os fatos e suas expectativas.

Em uma dessas reflexões, a certeza que Bolsonaro disponha da necessária força e apoio para evitar a posse de Lula, e assim evitar a volta do comunismo, “como fizeram em 64”, afirmavam.

Tamanha ignorância histórica dos atuais comandantes, nessa luta delirante contra um comunismo inexistente no programa do PT e do Lula, é mais que somente uma distorção ideológica e uso de cenários imaginários desses indivíduos. É mesmo desconhecimento dos fundamentos básicos de uma democracia, da cidadania, das instituições, tudo e todos que eles pensam proteger mas na verdade a tudo e todo negam.

E não são só nossos militares, parte enorme de nossas classes médias e mais ricas compartilham da mesma visão do mundo e da história, que desprezam para poder reafirmar todo o preconceito de classe e a ignorância onde as piores idéias e práticas encontram lugar para existir e tentar impor a outros, por qualquer meio.

Não são vítimas, apesar de tamanha ignorância, usam de suas prerrogativas para manter privilégios, abusam da retórica para ameaçar e seguir aproveitando, quando tem oportunidade cometem qualquer desatino porque desprezam o outro e tudo imaginam poder fazer.

Esses Comandantes entraram pelo cano, depois de jogarem na lama seus juramentos de bem servir a comunidade, que paga os salários deles todos, e que merece um respeito e segurança que inclua a defesa da nossa democracia.

Ainda tem muito mais a se fazer.

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