No segundo semestre, observa-se uma convivência mais equilibrada entre os poderes. O Executivo e o Legislativo estão em diálogo, os principais projetos do governo foram aprovados e a agenda futura está mais aberta. O Judiciário está deixando para trás os efeitos da turbulência, enquanto o cerco ao movimento bolsonarista continua incisivo e se encaminha para um desfecho com a possível prisão do líder da facção.

Com tanta previsibilidade, os olhares se voltam para as próximas eleições, que é o cerne da questão, como sempre.

E no horizonte, o cenário se mostra tumultuado para a extrema direita, com os políticos profissionais antecipando os movimentos judiciais e compreendendo seus impactos nas escolhas dos eleitores.

Isso reflete imediatamente no Congresso e se espalha, tornando a associação com um futuro condenado por diversos crimes um vínculo tóxico, ou pior ainda, radioativo, cujos efeitos são graves e duradouros.

Os candidatos às prefeituras estão, no mínimo, cautelosos, de olho no eleitorado cativo do líder fascista, mas em número insuficiente para garantir vitórias e, possivelmente, em declínio.

Nenhuma condição na política é eterna, como podemos observar no exemplo argentino. Apesar dos estragos causados pelo fascismo no Brasil, amplamente conhecidos pelos vizinhos, eles concederam uma vitória nas primárias ao candidato mais inadequado possível: um fascista e arruaceiro.

A situação não é eterna, mas segue implacável nas tendências, e estas atualmente desfavorecem o ex-presidente e sua equipe, prestes a enfrentar uma possível prisão.

Eles não estão derrotados, é claro, mas é crucial atribuir significado e consequências a este momento, que favorece a esquerda e o centro-esquerda, antecipando uma participação sólida e resultados positivos a serem alcançados no próximo ano.

Não há problema em reconhecer isso, pois é necessário aproveitar e agir para que isso se concretize.

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