
De janeiro a julho, as importações caíram de US$ 273,8 bilhões para US$ 259 bilhões. No mesmo período as exportações permaneceram estáveis – US$ 337 bilhões em janeiro contra US$ 334 bilhões em julho.
Estamos comemorando saldos recordes na balança comercial internacional, mas os números mostram nossa dificuldade de consumir maior que a capacidade de vender.
O vizinho Argentina, que vive quebrado, e não porque vende pouco, tem apresentado seguidos déficits na sua balança, mostrando que o pais ou perdeu sua capacidade interna de produção ou sua população tem hábitos de consumo incompatíveis com a realidade. O provável é que seja uma soma de tudo, tamanha a encrenca em que estão.
Por aqui a China é nosso maior parceiro comercial, a UE fica estável, a Argentina crescendo e em terceiro, e os EUA também mostrando esforço de aumento de comércio com o Brasil.
A Argentina é óbvio o movimento de aproximação após a eleição do Lula. O crescente comércio com os EUA carece de mais observação, porque pode ser uma tentativa de recuperar terreno perdido para a China nos últimos anos.
Como nossa balança de serviços é deficitária, o saldo comercial financia e equilibra a conta. Mas urgentes medidas para recuperar o mercado interno de manufaturas e mudanças no recolhimento de tributos -atingindo remessas de altos valores sem impostos usando artifícios contábeis – estão na mira do novo governo.
Para todos os lados que olhamos, inúmeras e urgentes decisões estão sendo avaliadas e encaminhadas, para reequilibrar o país que foi jogado aos tubarões .
E, finalizando, o consumidor brasileiro ainda está longe de recuperar a sua capacidade de consumo, sobretudo no exterior, o que permite um tempo para amadurecer decisões .
Daqui a pouco estaremos comprando muito novamente, e o que é uma boa notícia, exige cuidados anteriores para não desequilibrar no futuro.
Navegar é preciso, mas sempre tentar faze-lo na direção certa