20 centavos de Peso Chileno.

10 anos das jornadas de junho, aquelas que iniciaram protestando contra o aumento de 20 centavos nas tarifas dos ônibus de São Paulo. Lembrando que o Prefeito era Haddad e o Governador era Alckmin.

Os protestos terminaram sendo dominados por grupos fascistas, promovidos pelo mercado, os grupos de mídia tradicionais, potências estrangeiras, pastores, militares e toda sorte de pilantras.

Sem eles, talvez não chegaríamos ao bolsonarismo, e não teríamos afastado Dilma e muito menos prendido o Lula.

Atualmente, as instituições nacionais, especialmente o judiciário e o ministério público, parecem todos inclinados a agradar o novo governo, assim como fizeram antes agradando o anterior. Vale observar esse comportamento e o enorme grau de preocupação associado, pois como podemos confiar naqueles que mudam conforme o vento?

Mas estou tentando chegar em Boric, o jovem presidente chileno, eleito exatamente durante os protestos no país, onde foi um dos principais líderes do movimento.

Aqui cabe outra questão provocativa: Boric e sua turma, jovens e promissores, seriam equivalentes ao nosso PSOL? Nesse caso, seria o governo chileno uma prévia do PSOL no poder? Fica a pergunta.

O fato é que Lula acabou de responder mais uma das declarações do chileno, agora na Europa, repetindo as mesmas afirmações que proferiu nas reuniões do Mercosul, quando atacou a Venezuela e Cuba. Lá na Europa, atacou a Rússia na guerra com a Ucrânia.

Talvez, para agradar algum de seu complicado público interno e tentar conter as seguidas derrotas políticas acumuladas e ainda sem sinal de reverter, seu grupo político mostra preocupação e o nome da ministra e aliada Camilla pode ser a saída para uma disputa nas próximas eleições. O mesmo que acontece na Argentina, com a desistência de Fernandez de se reeleger para tentar manter o grupo no poder com outro nome.

Lula chamou o chileno, agora há pouco, de jovem e apressado. Uma maneira educada de dizer que ele não entende do que está dizendo.

Por quais motivos forem, seria melhor para o jovem presidente chileno que ele não usasse as duras lutas dos povos para promoção pessoal. Não que ele não tenha o direito de expressar sua opinião – pode e deve fazê-lo – mas de forma equilibrada e construtiva. Se posso aconselhar, que ele procure ouvir mais o nosso presidente e promover a reconciliação, a paz e a integração latino-americana em primeiro lugar. Feito isso, que fale à vontade.


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