
O acordo da Rússia para escoar a produção de grãos com a Ucrânia, mesmo durante a guerra, foi suspenso.
No início do conflito, há um ano, algo semelhante aconteceu, e os preços dos alimentos sofreram aumentos pesados, somados à queda da oferta de petróleo russo, que estava boicotado naquela ocasião.
Na época, estranhei o fato, mas como a Rússia fornecia gás para as indústrias e aquecimento residencial da Europa, parecia justificar a inflação de alimentos.
Ontem, logo após o anúncio do fim do acordo, os preços dos grãos subiram nas bolsas mundiais.
Pesquisei rapidamente a participação da Ucrânia no mercado mundial de grãos e obtive números que mostram que ela representa apenas 2% da produção total no mundo e contribui com 4% das exportações.
Me parece quase insignificante.
Algumas regiões próximas podem ser afetadas, ao menos no curto prazo, mas rapidamente o fornecimento pode ser reposto por outras fontes.
A questão central está em outro lugar, não no mercado de grãos, mas sim no financeiro, no mercado da especulação. É nesse mercado que se escondem números relativamente modestos da influência ucraniana no mundo, enquanto especulam e blefam com uma carência que não existe.
Infelizmente, as guerras também servem para isso.
Por aqui, não esperem maiores consequências, pois os produtos ucranianos supostamente em falta têmos em abundância.
O que nos afeta é a falta de informação sobre qualquer tema.
Por exemplo, a guerra é financiada pelo consumidor europeu, que paga muito mais caro pelo gás combustível transportado de navios desde os EUA, enquanto os próprios dutos, construídos recentemente, que traziam o produto russo, estão explodindo.
E agora, os EUA estão reabilitando a Venezuela, pois precisam substituir a compra de petróleo russo que foi boicotado.
O conflito escala, e os poucos e precários acordos fracassando indicam que a paz fica cada vez mais distante.