
Somadas, as reservas declaradas de ouro dos BRICS são pouco mais de 4 mil toneladas. Apenas os EUA possuem mais de 8 mil toneladas em reservas. O interesse no metal pode ressurgir uma vez que tenha sido anunciado e confirmado em agosto próximo o uso do ouro como lastro da moeda dos BRICS, que está em processo de criação. Pessoalmente, essa ideia me parece anacrônica, mas pode ser uma espécie de revanche pela substituição do metal pelo dólar, revertendo uma situação que ocorreu décadas atrás.
Nos EUA, a oposição – e com as eleições se aproximando – acusa Biden de enfraquecer o dólar internacionalmente. A estratégia de usar a moeda como arma para impor sanções ao redor do mundo provocou uma reação que aparentemente coloca a moeda em uma encruzilhada. Os BRICS almejam superar essa situação.
Considerando que temos uma lista de 42 países interessados em ingressar no bloco e que, também em agosto próximo, será feito um anúncio incluindo 5 novos países, como a Arábia Saudita e a Argentina, o desafio à moeda norte-americana pode se confirmar como o maior de todos os tempos. Isso chega em boa hora.
Os EUA, com Biden, tentaram reafirmar seu domínio mundial por meio de chantagem, guerra econômica e sanções, além do conflito terceirizado com a Ucrânia. Em uma era de Pix, seria impossível continuar impondo uma única moeda em um mundo que se vê e se pretende multipolar.
Será que chegou a hora? Eu apostaria que sim.