
As frágeis previsões formuladas pelo relatório Focus e pelo Copom evidenciam que as decisões sobre a taxa básica de juros são tomadas em estado de cabal incerteza. Não se pode conferir qualquer credibilidade a um modelo, um método ou uma calculadora de qualquer natureza que parta de projeções tão desprovidas de relação com a realidade. A disjuntiva que se apresenta é encontrar métodos mais eficientes de construção de cenários ou aceitar-se o caráter eminentemente político da decisão da taxa de juros básica da economia e arcar com as decorrências dessa constatação.
César Locatelli, mestre em economia política pela PUC-SP, jornalista independente e coordenador para São Paulo da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia. E-mail: f2cesarlocatelli@gmail.com
https://orcid.org/0009-0002-8252-0896