
A montadora alemã informou suspensão das atividades em três das suas fábricas, interrompendo, a meu ver, a sequência de notícias positivas de retomada de nosso crescimento econômico.
Os motivos são os conhecidos: os juros de financiamento para a compra na lua e massa salarial comprimida. Mostra também que o alcance da recente ajuda do governo reduzindo impostos e preço dos automóveis, alcançou o limite.
Serviu para desovar alguns estoques. E mostrar a dura realidade para uma retomada sustentável no crescimento da economia.
Mais de uma vez salientei a fragilidade do número de desempregados fornecido pelo IBGE, cerca de 8%. Os critérios atuais de medição deixam de lado uma série de mazelas, como desalentados e precários, disfarçando a realidade do desemprego no Brasil.
Talvez até do mundo, onde esses critérios duvidosos de medição de desemprego são comuns.
Critérios a parte, a decisão da Volkswagen é uma ducha de água fria, paralisando exatamente a indústria em seu setor mais relevante. E cobra solução, urgente.
O Presidente Lula vai na Bahia no dia de hoje, anunciar a chegada de uma montadora de carros elétricos chinesa.
Uma excelente notícia e que nos provoca duas questões.
Uma relativa a expectativa positiva futura de nossa economia, a ponto de fábricas inovadoras estarem chegando.
Outra quanto a viabilidade das montadoras tradicionais com motores a gasolina e álcool, qual o futuro para eles? Qual o impacto nesse caso?
Uma terceira, incluo, entre o futuro e o presente temos o momento atual, que precisamos enfrentar rapidamente e superar a tendência de estagnação e inércia de vários setores.
O anúncio do novo plano do PAC é aguardado com enorme expectativa, previsto para anúncio no início de julho. Acredito em boas medidas e uma melhora importante no médio prazo.
Que assim seja.
2 respostas para “Volkswagen parou e a realidade bate na porta.”
Temos um cenário preocupante do ponto de vista de retomada do crescimento econômico com mais intensidade e força, já que a política monetária implementada pelo Banco Central, tem o viés contracionista, típico para o combate de inflação de demanda. O exemplo da Volkswagen deixa isso bem claro, ao paralisar suas atividade em função da falta de demanda, ou seja, o Banco Central erra no contexto e conteúdo, ao demonstrar total incapacidade de controlar a inflação a partir da manutenção das taxas de juros no maior patamar do Mundo. Lembrando que a nossa taxa de 13,75% supera por exemplo a da Rússia, que atualmente orbita em 7,50%. Temos a maior taxa de juros do Mundo. Desde janeiro de 2022 a Selic se mantém em um patamar acima de 9,00% e os principais indicadores de preços, encontram-se em fase de desaceleração. A simples comparação do comportamento dos índices de preços vis-à-vis Selic, não deixam dúvidas que há um processo bem orquestrado de desestimulo da atividade econômica. Por outro lado, desde da reforma trabalhista, cuja promessa era a geração de milhões de empregos, tivemos um efeito contrário, com a precariedade do trabalho e redução da massa salarial da camada mais pobre da sociedade. O grande desafio é despolitizar a política monetária do Banco Central, jogando a taxa de juros para um patamar civilizado e alinhado com as principais economias do Mundo.
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Ok, de acordo.
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