
Voltamos ao Banco Central e o seu Presidente Bolsonarista, que apesar de cada vez mais isolado ainda não mostra disposição para mexer nos juros mais altos do mundo.
O histórico na relação entre o governo, sobretudo o Haddad, e Campos Neto, guarda uma sequência de iniciativas – todas por parte do governo – para reorganizar a economia enquanto ficavam na expectativa de alguma reação positiva do Banco Central.
Nesta altura da relação nenhuma expectativa pode mais ser mantida, o divórcio tem data marcada ao fim do atual mandato de Campos Neto, aguardado com ansiedade.
Mas um divórcio litigioso pode acontecer antes.
O que segura a fúria do governo em não remover antecipadamente Campos Neto, e apesar de depender do Senado, é a proximidade em receber o grau de investimento e incrementar o ingresso de capital no Brasil, entre outras vantagens. Uma crise com o Banco Central antes da promoção do grau de investimento não é coisa boa e atrapalha.
Depois, pode ser.
Até agora, o governo mudou a Âncora Fiscal, ameaçou mudar a meta de inflação, diminuiu preços administrados do combustível e energia elétrica, batalhou no orçamento e venceu, projetou déficit infinitamente menor que os anteriores e zerou no ano próximo, promove uma Reforma Tributária tentada há décadas, pacificou a agenda política, abriu mercados, mantem inflação e câmbio declinantes.
E o Banco Central e seu Presidente e Diretores, todos nomeados pelo fascismo, nada fizeram.
E quando fizeram foi ameaçar de piorarem a situação.
Hoje temos a ata da última reunião do COPOM, dirão, provavelmente, que está tudo sob controle e fica como está.
Não temos mais adjetivos para eles, quando lemos as atas sobram somente ofensas que prefiro evitar.
Uma última tentativa parece ter surgido no horizonte nublado. Alguém, não sabemos quem, ainda, apareceu com a ideia de prolongar o calendário para Banco Central cumprir a meta de inflação. O atual prevê 12 meses para a tarefa. Na nova proposta o prazo seria esticado pra 18 ou até 24 meses, facilitando o trabalho do Banco Central e abrindo mais uma oportunidade para juros decentes.
Penso que é uma boa saída.
E pensando um pouco mais, percebemos que com essa mudança estamos alterando até o calendário Gregoriano milenar, para tentar agradar o Banco Central e seu Presidente e Diretoria.
Na hipótese temerária de mais um fracasso na empreitada, só restará no arsenal tentar reduzir a velocidade de rotação do planeta, ou parar. Não seria a primeira vez, a se crer na Bíblia.
Mas o milagre mesmo seria exonerar o Campos Neto.
Tenhamos fé.