
Nesta manhã de quinta feira.
Na política, o noticiário está impregnado da opinião de um certo Lira, aparentemente alçado ao cargo de ouvidor-geral da República, tamanha sua desenvoltura em opinar sobre os mais variados e complexos temas da atualidade.
Substitui os antigos especialistas que de tudo sabiam, e o faz com a vantagem de ser um só, facilitando a tarefa de consulta – os tais especialistas deveriam ser centenas.
Na economia, falta um semelhante, um oráculo infalível e onipresente, que tudo sabe e tudo vê, trazendo a luz àqueles pobres mortais necessitados da verdade oculta.
E enquanto ele não chega, vamos nos virando com coisas do tipo ” que passamos do pessimismo sem motivo para um otimismo sem base”. E olha que isso veio de um economista sério.
Nem antes não tinha motivo, como agora não estamos sem base.
Foram tantos e variados os desatinos anteriores quantas as correções de rumos agora, mas se, incapazes de reconhecerem o desastre do passado, por que imaginar capazes de enxergar o acerto presente?
Atingimos o nirvana?
Não, mas do inferno estamos saindo, por certo.
E é justo incluir no desempenho atual o melhor ajuste da economia por conta do fim da influência paralisante da pandemia, e até isso dificilmente encontramos claramente explícito nos prognósticos.
Talvez uma outra razão exista para tanto equívoco. Chego a suspeitar dos bilhões obtidos por quem aplica dinheiro em títulos de um governo que paga a maior taxa real de juros do mundo. Pode ser. Esse dinheiro está indo para algum lugar.
Aliados à condução de um tesoureiro encastelado no Banco Central do Brasil, defendendo a política derrotada nas urnas e sem enfrentar confronto com a nata dos analistas dos bancos e da imprensa corporativa nativa.
Ao contrário, recebe, o tesoureiro, todo o apoio para permanecer no posto e manter sua posição de garantir primeiro o pagamento do serviço da dívida pública, depois, o que sobrar, para o resto.
Alega lutar contra a inflação, sem que as razões dessa sejam honestamente avaliadas, compreendidas e depois combatidas.
Bem faz a Suécia e seus economistas que, na falta de explicação para o recente surto inflacionário no pais, culpou a Beyoncé. Esta, com sua temporada de shows, desorganizou a economia local.
Não deixa de ser uma explicação, talvez bem mais honesta que a fornecida para os olhos e os ouvidos brasileiros desde sempre.