O tempora, O mores.

– Começou o jogo!

Essas foram as exatas palavras proferidas por Lula no seu discurso quando comentou a sua relação com a Câmara, sobre as votações que estão ocorrendo nesse exato momento.

O marco temporal que já foi e as Mps do arranjo administrativo em vigor que precisa ser referendado.

Existe um ímpeto contrário aos interesses do governo nesses trâmites, não são votações singelas e nem pretendem somente criar constrangimentos, há um método ali e um objetivo.

O método consiste em não criar obstáculos instransponíveis, o governo ainda comemora a vitória da votação da nova âncora fiscal recém aprovada, e consiste em usar pautas derrotadas na eleição presidencial mas que são maioria no interior do Congresso.

Assim cumprem dois papéis, e aqui os objetivos, um de manter a tropa conservadora unida e outro como ameaça e pressão sobre principalmente os articuladores políticos do governo, o ministro Padilha sobretudo.

Não que ele seja ruim, merece todos os elogios, dizem, mas esta comandando a liberação das emendas ambicionadas e num ritmo que não agrada e tentam forçar uma mudança nisso, substituindo Padilha de preferência.

E, se for o caso, outros e fazer já uma reforma nos ministérios.

Pode ser, pode ser que não, num certo sentido vejo como possível conviver com essa tentativa de manietar o governo por um certo tempo, o governo também tem seus alvos principais e se esta seguro de atingi-los, mesmo eventualmente perdendo aqui e ali, pode tentar essa travessia nesses termos.

Talvez seja esse o jogo que Lula se dispõem a jogar.

Achei que o governo na semana passada e espremido pelos prazos de vencimento da Mps, vencem amanhã, aceitou as mudanças impostas pelo relator das medidas provisórias, claramente uma provocação, com alvo certo no meio ambiente onde arregimenta os trogloditas facilmente.

Com a reação da Marina e dos ministérios indígenas o governo passou a recusar as mudanças e jogou no colo da Câmara o ataque ao meio ambiente, a resposta foi incluir o marco temporal no jogo e dobrar a aposta.

Que segue hoje, com necessidade de ainda passar no Senado, que aparentemente tem regras distintas e mais propensas a acordos com o governo.

Vamos esperar, o mais provável é que tudo seja aprovado e as posições assumidas pelas partes permaneçam na que se encontram, com as apostas esperando resposta do adversário.

Tensionar a política é o jogo do fascismo, porque precisa manter a raiva para sobreviver.

Distensionar e progredir em paz é o jogo da democracia.

Façam as suas apostas.


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