
O ativismo do atual presidente do Banco Central, Campo Neto, herança do ex presidente derrotado e herança da autonomia da autarquia imposta pelo mercado, ativismo que nos obriga a ouvir e ver praticamente todos os dias a presença desse senhor distribuindo conselhos e fazendo a defesa de sua nefasta política dos maiores juros do mundo.
Mas não foi sempre assim.
E, tirando suas opiniões nos grupos de whatsapp e que vazaram, com animadas manifestações de apoio a reeleição do derrotado, além de análises furadas de pesquisas de opinião – também pra isso ele não serve – e otimismo quanto a vitória eleitoral de seu grupo político – que foi derrotado – a verdade é que essa disposição de expor seu pensamento não foi comum no passado recente.
Pior, a atuação do Banco Central sob o seu comando também não agiu para cumprir uma tarefa básica da rotina de fiscalização dos bancos, deixando que a Caixa Econômica Federal servisse de instrumento privilegiado para a descarada compra de votos.
E depois da mudança de governo e toda essa presença midiática forçada para segurar sua política nefasta dos maiores juros do mundo, Campos Neto e seu Banco Central continuou omisso quanto ao derrame de dinheiro que promoveram na CEF e que deixou um rombo ainda por ser melhor revelado, mas que superam R$ 10 bilhões.
A CEF no desespero bolsonarista da reeleição, decidiu emprestar dinheiro sem lastro e sem critérios, a torto e a direita, literalmente, e agora os números da inadimplência beiram 80% e esse dinheiro esta perdido.
O Banco Central e Campos Neto além de participarem do esforço da reeleição, ignorou a fiscalização dos Bancos públicos e privados que seria a principal obrigação funcional e nem depois desses meses todos revelou esse desastre na CEF, quem fez a denúncia foi o Jornal Folha de São Paulo.
Quanto a essa questão dos juros, porque parece inexplicável que um ativista engajado da reeleição deixasse esses números chegarem a níveis tão altos, e fica a dúvida porque Campos Neto seguiu nessa loucura e aumentou tanto os juros.
E lembro dos discursos de Guedes, que no segundo ano do desgoverno anterior dizia que havia chegado a hora dos juros baixos e do dólar alto, pretendia com isso um programa de ingresso de investimentos externos no Brasil, que nunca conseguiu.
Mas o BC fez seu jogo e os juros foram abaixados a pouco mais de 2%, números inéditos.
Com o fracasso da iniciativa e com a inflação das commodities e do combustível atrelados ao preço do dólar ameaçando a reeleição, a política do desgoverno mudou e o aumento dos juros passou a ser prioridade, para a baile da única e verdadeira Valsa Brasileira, sobem os juros e abaixam o dólar e vice versa.
E o BC entrou novamente no jogo e elevou os juros para a lua.
Por isso chegamos nesses números absurdos, porque o Banco Central do Campos atuou o tempo todo em sintonia com as decisões do desgoverno derrotado e diminuiu e aumentou os juros, em números extremados e em curtíssimo prazo, mostrando seu empenho na tarefa.
Tudo o que não faz hoje, ao contrário, procura reafirmar políticas derrotadas na eleição, alega isenção e decisão técnica, que é uma mentira , e no fundo procura mesmo é boicotar o atual governo.
E nem para fiscalizar os bancos e atuação criminosa e contrária as práticas honestas e equilibradas, servia.
Não servia para nada e agora serve para atrapalhar.