Cadê minhas indústrias?

Passei minha juventude ouvindo falar de Globalização, os chamados analistas políticos e econômicos papagueavam, esse o termo, dia e noite; a ofensiva dos países industrializados de transferir sua produção para os periféricos, sobretudo a China, ganhou o debate geopolítico mundial e foi imposto até para países em desenvolvimento.

O Brasil não transferiu empresas para a China ou outro pais asiático, talvez porque nem as tivesse de fato, passou a comprar a produção barata e deixou de receber investimentos estrangeiros aqui, sendo essa a consequência interna do mantra das elites sobre nós pobres ingênuos.

Gigantes como Apple foram parar em Xangai.

E o resultado desses anos de transferência de produção para a Asia resultou no desemprego industrial dos países desenvolvidos, enquanto asiáticos cresceram e agora tem em mãos não só produtos básicos no cardápio, mas também a fina flor da tecnologia mundial mais avançada.

EUA e UE abriram os olhos, a pandemia gerou um atraso de mais alguns anos, mas agora todos correm para reaver produção e reindustrializar seus países.

Talvez até essa guerra sirva de alavanca de crescimento industrial, o que nem novidade seria.

Por aqui o assunto patina, nossa visão estratégica não passa além de latifúndios e produtos primários. Que esses existam e prosperem, sem que esqueçamos que os melhores empregos e salários estão nas novas tecnologias .

Temos agora novamente um impulso de buscar investimentos e desenvolver a nossa indústria, refazendo o caminho iniciado em 2004 e interrompido.

O governo não pode fazer esse esforço sozinho, pode e vai induzir a nossa produção interna com estímulos, financiamentos e gastos públicos, mas depende do investimento privado para sedimentar essa política.

Falta um acordo entre nós brasileiros quanto ao que queremos para nosso futuro, mais uma vez a oportunidade bate na porta e dessa vez pode ser a última para essa geração embarcar.


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