
As velhas bancas de revistas e jornais em Londres, ainda no início desse século e antes da decadência acelerada da imprensa impressa, deixava exposta uma miríade de distintas publicações, várias revistas e tablóides concorrendo entre si pela atenção do público, entre elas e em grande maioria, e destacadas, a presença da família real britânica.
Que não era apresentada com belas tintas não, o conteúdo das capas e das reportagens eram os escândalos da família e seu entorno e fofocas e mais fofocas.
Hoje mesmo, nesse dia de coroação do rei Charles, li pesquisas garantindo que mais de 50% dos britânicos apoiam a existência de sua monarquia.
O que a princípio espantaria, não fosse esse, segundo os tabloides e revistas de então, e os blogs e mídia digital atual, a diversão preferida dos moradores da ilha.
Uma espécie de Big Brother medieval.
Não duvide disso, uma ferramenta poderosa de distração de massas como essa monarquia britânica ainda está por existir.
Regiamente pagos, como convém, quase sempre fantasiados nas ocasiões oficiais, fornecem material interminável para o gosto meio duvidoso dos ingleses.
Traduzindo em linguagem atual, trata-se de uma Fake News monumental, de uma realeza sem poder real e cujo simbolismo equivale a uma benção na catedral.
Que por sinal está acontecendo hoje.
Aqui os tempos se misturam, assim como antes, e hoje também, a existência de uma tradição falida políticamente ainda pode servir de cortina para uma país que foi o maior colonizador da história e que vê, ao vivo e a cores, os símbolos de seu antigo poder numa cerimônia carnavalesca.
Bem feito.