
Atenções voltadas para a votação do PL das Fake News, a essa altura em que escrevo sabido o resultado, capturando os corações e mentes dos principais jornalistas e analistas e suas pautas, e apesar disso não é suficiente para paralisar outros e importantes projetos em gestação no forno das decisões.
Um o novo Arcabouço Fiscal, encaminhado para apreciação do Congresso e com promessas de apreciação a jato para os padrões legislativo.
Outro a CPMI do dia 08/01, não é uma aprovação pendente, mas um rompante da política a meu ver fadada a não existir.
Por trás das cortinas dos debates sobre o 2630 essas duas agendas concorrem entre si e entre os interesses envolvidos, e na sequência da decantação da base de sustentação do governo no Congresso.
O Presidente da Câmara Lira aproveitou as atenções momentaneamente capturadas e tentou dar o bote na articulação do governo na Câmara, bombardeou o ministro Padilha e até pediu sua degola. Trabalha para si, tenta reaver o comando da liberação de verbas das emendas perdida para o Ministro, alegando que assim a sustentação do governo estaria garantida. Não mente, mas também não fala verdades.
Muitos são os caminhos que conduzem ao poder, nunca é bom duvidar de quem controla o orçamento e muito menos de quem alimenta a expectativa eleitoral futura. Quanto ao dinheiro não temos dúvidas que está na mão do governo, já a expectativa futura de poder estaria na pior hipótese dividida.
E é o que esta acontecendo nesse momento.
Lira não reclama por pouco, ao mesmo tempo em que controla o tempo atual da pauta de votação, estando em posição central e decisiva, corre contra si o tempo de seu mandato e o fortalecimento do governo e de seus ministros que por consequência também o enfraquece.
Por isso blefa, um daqueles blefes difíceis de encarar, mas blefa.
A natureza e composição do governo é plural, negociar é o que importa, é justo, trabalhoso mas é o certo a fazer.
Os blocos em formação na Câmara ainda não disseram a que vieram, essa votação da PL da Fake News mostrou o quanto bancadas temáticas podem ultrapassar blocos e partidos cumprindo agenda autônoma e isso alonga e torna as negociações mais difíceis.
Lira aposta pesado no meio dessas indefinições, prorrogando decisões e renovando ameaças e tentando empoderar aliados em posições estratégicas. As dificuldades crescentes que encontra mostra o quanto cada decisão tomada pesa contra ele, nesse jogo das indefinições ele seria o Rei, uma vez empossados os príncipes ganham autonomia e voam. Para qual poleiro o tempo vai dizendo.
Nem penso muito na CPMI, acredito que ela não vinga, serve pra manter as cartas embaralhando indefinidamente.
O Arcabouço merece um outro post, mas até aqui segue célere para aprovação.
O PL das Fake News saberemos hoje, mas deve ser adiado.
E o Pacheco?
Quem souber dele me avise.