A previsão de votar ainda hoje o famoso Projeto de Lei 2630, o das Fake News, parece improvável.
Nesse última semana, após a aprovação da urgência na Câmara, em votação relativamente apertada e dividindo bancadas, com excessão das esquerdas, a previsão seria apreciar o texto nesta terça feira após o feriado, mas um conjunto de fatores somados, resistência de produtores de conteúdo sobretudo jornalistico, mudança de orientação para não aprovar por parte da bancada evangélica e um levante organizado pelas plataformas contra a aprovação, colocou o PL 2630 no corner.
E não seria a primeira vez.
A verdade é que por mais que estejamos tomando conhecimento dos encaminhamentos e diversas etapas que esse projeto passou, por esses dias e no afogadilho da véspera da votação, as circunstâncias que nos trouxeram até aqui e os rumos da discussão acirrada desses últimos dias acaba por sedimentar não um ambiente propício para a sua aprovação, mas para o aprofundamento dos debates.
Ao contrário do mote de aproveitar para passar a boiada, de triste memória, devemos aproveitar e discutir amplamente o projeto com mais conhecimento adquirido, mais empenho dos interessados e manter a decisão de buscar uma solução negociada desde importante fator da vida moderna.
Poucos artigos são controversos, existe interesse da maioria em aprovar alguma forma de regulação dessas plataformas e parece termos os meios para fazê-lo.
A seu tempo, penso .
Do jeito que chegamos a esse dia de votação, com ânimos acirrados e desconfianças generalizadas, submetidos a boicote criminoso do debate por parte das plataformas, melhor mesmo é respirar, retomar o fôlego e decidir no momento seguinte.
Sempre é arriscado prever futuro, sobretudo envolvendo a política.
Mas imaginar o centrão e seus associados colocando a mão nesse vespeiro com coragem e a decisão necessária a essa altura do debate ?
Não acredito possível.
Vão adiar, espero que não indefinidamente.
