
Faltou no artigo anterior minha expectativa quanto aos números do PIB 2023 e desdobramentos na inflação e nos juros.
Antes, destacar alguns pontos.
De positivo temos encaminhado aumento real de salário mínimo e reajuste de 9% para servidores, com planejada sequencia nos próximos anos; previsão de concursos públicos, reajuste da tabela de imposto de renda beneficiando 13,7 milhões ,queda continuada dos preços dos combustíveis, abrangência do Bolsa Família que já retirou 3 milhões da miséria e previsão de mais 8 milhões nos próximos meses, contratação CAGED acima do esperado, reingresso de investimento externo, atividade econômica acima do esperado, retomada de milhares de obras em todo o Brasil que estavam abandonadas.
De negativo gastamos com juros da dívida R$65,3 bilhões em março, nos três primeiros meses do ano R$ 181,7bilhões, sem ainda logramos uma solução para esse grave entrave.
Os aspectos positivos alencados jogam a favor da atividade econômica mais dinâmica, sobretudo no curto prazo a recuperação do salário mínimo e o Bolsa Família. O reajuste da tabela do imposto de renda, que vem ainda esse ano ( sabiamente a legislação permite diminuir a cobrança no mesmo ano, aumentar só no ano fiscal seguinte), avança na política preferencial dos governos anteriores do PT de favorecer as rendas básicas, ao atingir esse faixa de dois salários mínimos a nova versão do governo agrada esse público imenso onde pesquisas mostravam resistência a aprovação do PT.
Quanto aos números do PIB estamos jogando esses dados, em março o próprio governo revisou sua meta de crescimento de então 2,1% para 1,6% e agora, após os novos dados do fim do mesmo mês, anuncia nova revisão para cima. O mercado fala em 1%, alguns um pouco mais, ai incluído o FMI, e todos a essa altura refazendo as contas após o anúncio de crescimento de 3,3% de março.
O que é possível afirmar é que estamos progredindo, números acima de 1,5% serão a expectativa a partir de agora, um número mais próximo a 2% é nesse momento a melhor aposta.
Observe que nem falamos ainda do arcabouço fiscal e nem dos anúncios das medidas de estímulo previstas para maio, essas iniciativas podem não empurrar o PIB no ano corrente, mas agem sobre as expectativas e tomadas de decisões que antecedem os investimentos e negócios.
A inflação com tendência ligeira de queda e golpeada por contenção ou diminuição dos aumentos dos preços administrados, que estão até caindo, sobretudo combustíveis, na esteira da desvalorização do dólar e ingresso de divisas, deve ficar nessa faixa do 5% mesmo, até porque eu percebo ai uma janela para o governo reajustar seus preços administrados durante essa trégua atual, acumulando gordura para alguma necessidade de contenção futura.
O capítulo dos juros do BC bolsonarista permanece um desafio, a ideia consolidada nas cabeças de planilha dessa gente do mercado, incluído ai esse que permanece a frente do Banco, é flexibilizar a partir do último trimestre, falam em outubro, chegando a estratosféricos 12,25 % ou um pouco mais no fim do ano.
Eu torço que o Senado avance sobre esse planilheiro desajustado, mas sinceramente com tanta atividade nas casas legislativas encaminhadas e importantes, esse incompetente vai ficando de lado. A essa altura o governo toma como positivo um viés de baixa no boletim da reunião de maio, semana que vem.
É muito pouco, é o que temos.