
Tenho evitado falar sobre o ex governo recém derrotado nas urnas, porque prefiro me ocupar com os inúmeros desafios e o enorme fluxo de notícias vindos do atual governo e das circunstâncias por onde deveremos passar .
Não ignoro a herança maldita deixada, o lixo acumulado debaixo do tapete ainda por ser limpo, a presença desprezível da turma eleita no discurso fascista e muito menos das consequências do dia 08/01 e suas motivações.
Sobre isso digo que tenho reservas quanto a CPMI por confirmar, palco privilegiado de baixarias mesmo sobre o previsto controle do governo, e sigo acompanhando o trabalho até aqui célere da justiça, sobretudo o STF com o ministro Alexandre a frente, e aguardo o avanço das apurações e punições na direção de mandantes e financiadores, civis e militares.
Dito isso, temos na figura desse ex ministro da justiça, Anderson Torres, preso após o dia 08/01 e sobre quem caem até agora as mais variadas e pesadas acusações na preparação, no boicote a prevenção por parte das forças sobre seu comando ( aí já no papel de secretário de justiça do governo Ibaneis no DF) e finalmente sua presença nos EUA, supostamente de férias, na época do assalto e destruição na capital federal no mesmo período e proximidade ao ex presidente.
Arriscaram tudo, e perderam.
Sobre essa triste e trágica figura pairam não somente essa montanha de acusações gravíssimas, mas também sua atuação juntamente com o ex chefe da polícia rodoviária federal nas blitz realizadas no dia da eleição do segundo turno e que visavam impedir a votação dos nordestinos no presidente Lula.
A lista de crimes é imensa e nos deixa uma pista do caráter e da mentalidade desse fascinora.
A sua reação na prisão, de aparente desespero e debilidade física, seus reiterados e negados pedidos de habeas corpus, sua anunciada intenção de recorrer a OEA e agora por fornecer senhas falsas de seus email e celulares para a Polícia Federal, mostra uma persona infantilóide, simplória : um idiota.
Um personagem assim, desprovido de condições mínimas de ocupar cargos relevantes foi o escolhido para ministro da justiça e depois secretário de justiça, exatamente para executar um tipo de serviço requerido a somente esse tipo de caráter raso e doentio.
E não vamos esquecer da decisão de Ibaneis em nomea-lo, apesar dos alertas para não faze-lo inclusive por membros do STF.
Faço essa pequena reflexão, a contra gosto, porque sabemos existir uma espécie de corrente a arrastar pessoas nesses caminhos que levam ao fascismo nesse mundo, episódios que foram estudados e relativamente entendidos, quando pessoas ditas normais abraçam e apoiam regimes totalitários conscientemente, cercados por um discurso histérico e ameaçador que aceitam e propagam.
Mas não é o caso desse Anderson, ele era um executor das grandes, dos planos terríveis para boicotar e vencer a eleição no segundo turno, e embora não saibamos até onde iria a sua contribuição intelectual nessas loucuras, por certo era o escolhido para executa-las.
Não era qualquer um e sua figura patética e covarde diz muito do que estava por aí destruindo o nosso país, pessoas e grupos de pessoas já destruídas em si mesmas e incapazes da convivência democrática e pacífica.
Um mostro.