
Na falta absoluta do que criticar, talvez evitando comentar o sucesso da viagem do presidente Lula, nossa imprensa e notáveis da oposição desocupada, tratam de divulgar os preços das camas e sofás escolhidos para recompor a mobília do Palácio da Alvorada, onde reside o Presidente deste país quando no exercício de seu mandato.
Observe que estamos a falar da mobília de um Palácio, porque por essas bandas também os temos, e esse é por demais especial pois trata-se de uma das jóias de nossa arquitetura e memória imortal de Niemayer.
Isso nos leva a algumas questões .
Primeiro, quanto custa mobiliar um palácio, que tipo de móveis devem ser escolhidos e se unicamente seu custo deve ser o critério da escolha.
Segundo, onde estão os móveis originais da residência oficial?
Sabemos todos da beleza da antiga decoração do espaço, com móveis de designe exclusivo, de época, de estilos e autores consagrados.
Mas onde eles estão?
Algum inventário divulgado dá conta de 300 peças da mobília do Palácio foram retiradas do local e cerca de 90 peças ainda não foram localizadas.
Imagino que os antigos moradores tenham algo mais a dizer sobre o assunto, além da recente manifestação da ex primeira dama afirmando usar lençóis próprios no seu dia a dia por lá.
Não deixa de ser sintomática a idéia de perguntar a ex moradora mulher do casal onde estão os móveis, mesmo sendo o marido o maior responsável pela preservação do patrimônio disposto.
E aí que mora o perigo.
Porque o ex presidente não passa de um irresponsável, incapaz de prestar contas de si e muito menos do patrimônio que ocupava.
Alguém em algum momento deve entender que esses móveis precisam aparecer, impossível ignorar a ação infame de tudo desprezar e destruir – dos outros , digo – e depois imaginar ficar por isso mesmo.
Pergunto, finalmente, repetindo e encerrando, onde então os móveis desaparecidos do Palácio da Alvorada?