
Uma vez precisei podar uma mangueira muito antiga e enorme de um lote para iniciar a construção. A árvore teria uns 100 anos e mesmo assim o funcionário com uma motoserra não levou um minuto para jogar a gigante no chão. Já demoli casas inteiras e retirei todo o entulho em um só dia.
Após 100 dias de reconstrução de um mínimo de ordem administrativa e operacional de um pais imenso como o nosso, a cobrança por slogans ou resultados não mostra nada além de enorme cretinice.
Bem paga, mas cretinice.
Demolir o que quer que seja é uma tarefa simples, brutal, mas simples.
Edificar é serviço oneroso.
Uma árvore demora 100 anos e uma casa 1, e ambas não resistem mais que algumas horas de esforço destrutivo.
Porque é disso que se trata, com isso lidamos, uma fúria destruidora com agenda limitadíssima de inteligência e planejamento, limitados a pensar como destruir.
É fácil.
O escopo dos arruaceiros sujos mas bem pagos, consistia em deixar rolar, deixar para lá, ignorar, distrair enquanto a boiada passava e as jóias chegavam nas alfandegas.
Os arruaceiros tinham a cobertura dos apaniguados e dos endinheirados, o pendor destrutivo e escravagista de nossos endinheirados permanece insuperável e insaciável.
Há quem diga que invencíveis.
Penso que não, a blitz do novo governo afasta as ameaças e deixa os destruidores acuados, manter a iniciativa e a reconstrução diária recoloca a balança dos destinos em relativo equilíbrio.
Essa a tarefa.