A oração para o irmão desempregado.

Eu moro em frente a uma pequena reserva ambiental, com pouca ou nenhuma vegetação, foi na verdade uma área reservada no processo de loteamento de uma antiga fazenda de um Conde, os Matarazzos, quando toda a área já fora desmatada e preparada para lotear.

Mas está aqui, preservada.

E como é morrada, serve de ponto de oração às segundas feiras para um entusiasmado pastor.

Que não conheço, nunca vi, só a sua voz me alcança, nas noites de segunda.

Ele começa às 19/20 horas e termina 15 minutos depois.

Não incomoda.

Ontem, não sei porque, talvez com o raro silêncio dentro de cada, ouvi nitidamente a oração do tal pastor a favor dos irmãos – os dele – desempregados.

Achei interessante.

Considerando a atuação da maioria dos evangélicos, sobretudo os representantes no Congresso Nacional, a favor da derrubada da Dilma e das pautas do desgoverno Temer, tenho claro para mim que o próprio pastor tem muito mais responsabilidade com a situação de desespero de seus fiéis do que imagina.

Nem sei se imagina, penso que não.

Agora, depois que orar e descer do monte, vai fazer campanha para o Bolsonaro.

Vai ficar rouco, nessas escolhas que faz.

E, talvez, seja exatamente isso o que mais ele deseje.


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