Minhas primeiras lembranças de um jogo de copa do mundo remontam a 1970, no jogo final contra a Itália.
Como era a primeira vez que passava um jogo de copa no mundo na televisão, posso dizer que assisti a todas e se existe alguém que assistiu mais do que eu, só se foi ao vivo e antes de 1970.
Isso posto, e diante de minha vasta experiência futebolística….
Passo às minhas observações sobre o jogo de ontem do Brasil e impresão geral dos jogos que assisti.
A estreia do Brasil foi ruim, não somente por enfrentar um time competente, mas por conta de um jogo muito lento e previsível, com Neymar claramente sem ritmo e ainda temeroso da cirurgia que realizou.
Essa maneira de jogar, dependendo de um ou dois jogadores que decidam as partidas, já vem tomando forma a alguns anos e vem se reforçando com as novas estratégias de jogo.
Parece um estilo NBA adaptado no futebol, com as equipes cercando o garrafão e as vitórias dependendo do super craque para decidir.
Essa tendência valoriza o trabalho dos técnicos, reforça a especialização dos atletas, atende a necessidade do marketing esportivo e serve a televisão o herói necessário para as narrativas épicas que eles precisam criar para compor enredos dramáticos, tanto dos vitoriosos quanto dos derrotados.
Mas, toda essa técnica tem uma consequência, tornam os times muito parecidos entre si, com o jogo cada fez mais amarrado e previsível.
A evolução do preparo físico permite manter a intensidade do jogo, sobretudo das defesas, e os gols dependem cada vez mais de lances de bola parada, bolas espirradas e falhas da arbitragem.
Essa característica valoriza também os juízes, que também passam a protagonistas neste teatro de primas donas fugazes e faminto de novidades a cada instante.
O Brasil, termino, dependerá de acelerar seu jogo, correr mais que o adversário, presença de suas estrelas, um pouco de sorte e um pouco de azar dos adversários.
Receita que, evidente, serve para todas as demais seleções.
