Todo o discurso do neoliberalismo aqui no Brasil está focado na taxa de juros, câmbio, inflação e o papel do estado.
De capitalismo mesmo, investimentos privados nacionais, desenvolvimento soberano, crescimento econômico, nada dizem.
Hoje, agora mesmo, o banco federal americano subiu sua taxa de juros em 25 pontos e sinalizou com mais dois acréscimos até o fim desse ano.
Foi o bastante para nossa bolsa continuar em queda, aparentemente agora sem um fundo próximo para se assentar, e o dólar pressionar enormemente o nosso banco central que deve vender U$ 20 bi, já anunciados, como xuxu vende na feira.
Me pergunto para que servem esses sacrifícios de congelamentos de gastos por 20 anos, cortes orçamentários draconianos, equilíbrio fiscal como um tudo ou nada nas decisões macroeconômicas nacionais.
Na verdade servem para quase nada.
Evidente que o cumprimento orçamentário responsável é pressuposto de uma administração decente, o que mais uma vez estamos a ver é que as decisões recessivas agravam o quadro fiscal, que pretende melhorar, fragilizando o orçamento exatamente nos momentos que deveriam caminhar na direção do crescimento enquanto os cenários externos desfavoráveis não impõem restrições a esse crescimento.
Como ocorre nesse exato instante.
A subida dos juros nos EUA provocam a corrida do dinheiro do mundo para lá, desorganizando o fluxo de dólares nos demais países, aumento do câmbio e desvalorização das moedas nacionais ante o dólar, e, aumento da inflação.
Incrível constatar que nada podemos fazer nessas horas, além de ofertar dólar para essa saída se faça ordeiramente e administrar as tarifas internas de controle público, como a luz, água, gás, gasolina.
Nada disso mais dispomos no nosso arsenal, além da queima de divisas, todas as demais variáveis já estão esticadas.
O que salienta o fracasso dessa besta que administrou nossa economia e agora pretendia concorrer à presidência.
E que nos prestou um enorme e sofrido favor ao afundar nossa economia, deixando esses golpistas sem chances nas eleições.
Mas foi um tremendo mal, inútil, desnecessário e temerário, nos colocando diante de um cenário terrível e incerto.
