Na necessidade crescente de ocultar a presença e proximidade com o atual governo, e seus principais nomes, sobretudo do líder do golpe – Michel Temer – as bancadas do Congresso que até ontem literalmente berravam nos microfones, sumiram.
Sim, os opositores do desgoverno, as bancadas do PT, PSOL e Pc do B, estão discursando nos plenários praticamente sozinhas, tentam em vão chamar o governo e os seus ex apoiadores para o debate e ninguém aparece para responder as contundentes críticas.
Eu percebo que a estratégia é fingir de morto, tão velha quanto as próprias figuras, e manter o vampiro do planalto o mais quieto e escondido possível.
FHC usou a larga esse expediente e conseguiu levar seu plano do Real aos trancos e barrancos até às vésperas da eleição que elegeu seu opositor, mas não colhendo igualmente resultado desejado.
Política como sabemos, não permite o vácuo, alguém imediatamente ocupa o espaço.
A ausência dos desgovernistas tão precocemente supõem uma decisão do desespero e constatação do fracasso irremediável, só sobrando a saída negociada na bacia das almas.
É exatamente isso que está acontecendo, com cada grupo golpista defendendo interesses setoriais, pessoais, internacionais, de maneira desconectada e sem rumo.
O quadro já grave e dramático tende a piorar.
E a cada dia que passa fingir de morto não parece mais bastar para chegar até a eleição.
Uma boa participação da seleção na copa do mundo de futebol pode trazer um hiato de tempo, mas logo depois o efeito da mola comprimida vai bater na porta dos golpistas.
Quem tem olhos e ouvidos, treinados e experientes, aguarda o imprevisível, já não temos mais espaço para o mesmo.
Apertem os cintos.
