As reservas do Brasil.

Nosso presidente do Banco Central garante na entrevista no telejornal tranquilidade aos brasileiros quanto à taxa de câmbio, afirmando que nossas reservas em dólar são mais do que suficientes para enfrentar esse momento de turbulência.

Turbulência provocada por uma expectativa de aumento das taxas de juros nos EUA, em um movimento de deslocamento dos especuladores em todo o mundo, movimento de retorno dessas fortunas aplicadas em países chamados emergentes – alguns, como nós, submergentes – para reaplicar nos títulos americanos.

O movimento desse retorno provoca valorização da moeda americana e sua falta no interior,por excesso de demanda ,dos países com pouca reserva para bancar a procura.

O que é um mecanismo simples, previsível e conhecido, acaba por desorganizar a economia de um país que não conseguir suprir essa demanda interna por dólares, casos da Argentina e Turquia por esses dias.

A Argentina assinou ontem um empréstimo de US$ 50 bi, para tentar conter o que chamamos de ataque especulativo do Peso Argentino, dessas fortunas fugindo de lá.

Esse empréstimo representa o maior já concretizado na história do país, exibindo o tamanho da encrenca em que se meteram os irmãos vizinhos.

Aqui, no nosso Brasil varonil, uma única coisa não permitiu, até agora, um ataque espelativo semelhante contra a nossa moeda – a desvalorização da nossa moeda esses dias ainda é quase nada diante desses ataques – por conta dos US$ 380 bi que os governos Lula e Dilma nos deixaram depositamos nos cofres.

E, lembro, quando esse acúmulo totalmente inédito na história do nosso sempre endividado país, foi sendo formado nos governos do Lula e Dilma, não foram poucas as críticas desses aí que agora se socorrem dessa reserva para salvarem, total e completamento, os pescoços.

Sem esse dinheiro, estaríamos a essa altura falidos.

O Banco Central administra essa demanda por dólares através de mecanismos de contratos de vendas futuras, a dificuldade crescente de conter a valorização do dólar, entretanto, sugere que a venda à vista da moeda americana deverá começar a acontecer nos próximos dias.

Assim fazendo a contenção por atendimento dessa demanda produzirá certamente controle no câmbio, às custas, como dissemos, da queima de recursos guardados.

Evidente que esses recursos não são infinitos, suficientes, suponho, para esperar a posse do novo presidente.

Que espero que seja o nosso Lula.


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