Alguns prenúncios soturnos e prognósticos idem assombram nosso Brasil varonil na véspera de decisivas eleições.

Nenhum clamor popular é esperado e enquanto caminhamos aparentemente como gado para as urnas, algo estranho parece tremer sob os nossos pés.

Claro está que mesmo um movimento difuso, de motivações embaralhadas, sem lideranças, e talvez por isso mesmo, encontre apoio quando propõem-se a enfrentar o descalabro da carestia e o abandono geral a própria sorte.

O que não parece encontrar apoio, ao contrário, é o exercício da política e os políticos sobretudo.

Só consigo enxergar apoio a novatos, tímidos e limitados a grupos de alguma espécie de atuação,de movimentos e de resto o marasmo , desencanto e apatia.

Os resultados das eleições de ontem não podem deixar nenhuma dúvida, quando mais de 50% dos cidadãos preferem não escolher ninguém, a encrenca futura é líquida e certa.

Não bastam comparações com países da Europa e EUA, os europeus convivem com grandes abstenções por conta da flexibilidade do parlamentarismo de minoria e nos EUA ninguém liga pra eleger democrata ou republicano, pois não distinguem mais um do outro.

Não quero dizer que defendo o parlamentarismo, longe disso, com esse Congresso aí a nossa esperança reside apenas na vitória de um candidato forte à presidência, jamais nesses parlamentares de fancaria.

O que nos remete a uma provável crise no futuro breve, digamos, dois anos.

O tempo, após as próximas eleições, para a certeza da certeza da incapacidade do próximo presidente de superar a crise ficar novamente claro, e as esperanças novamente ruirem.

Como é provável develegermos um candidato a presidente daqui a alguns meses, com soma de votos brancos, nulos e abstenções próximos a 50%, o futuro presidente não passará de um
Pato manco e incapaz de superar os enormes desafios.

A provável ausência de Lula sela esse destino, mesmo com vitória de um indicado por ele, penso.

Não por outro motivo, concluo, tanto esforço foi e é feito para afastá-lo do retorno ao poder, fazem para enfraquecer a força do diálogo, inviabilizar a via política, reforçar a aposta no imponderavel e no caos.

Meus amigos e amigas, é isso, nosso futuro será um caos, teremos que enfrentar essa travessia inevitável.

Se sairemos dela, se mais fortes ou mais fracos, se vivos ou mortos, o futuro dirá.

Já não existe mais espaço para evitar, contudo, esse embate.

Pois que venha, boa sorte a todos nós.

Vamos precisar.


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