Shelomo Sand é um professor de história e mora em Israel, não se declara mais como judeu e já escreveu dois livros de grande repercussão mundial, traduzidos para o português.
O primeiro ” A invenção do povo Judeu”, o segundo ” a invenção da terra de Israel”, e promete um terceiro livro ” A invenção do judeu secular”.
Nos dois primeiros tratou indiretamente do assunto sobre o fenômeno da transformação de uma religião em raça, que tentarei resumir.
O problema começa no começo, quando o templo dos religiosos judeus foi destruído pelo império romano, cansado das revoltas dos moradores da cidade de Jerusalém.
Isso foi em 137 DC, e após a destruição a cidade foi proibida de reerguer o templo e reiniciar o culto ao Deus único.
Os historiadores Judeus (religiosos judeus) ensinam que os romanos executaram a expulsão de todos judeus da cidade, proibindo o retorno. Shelomo afirma que nem os cidadãos da cidade foram expulsos, nem os da terra da Judéia onde Jerusalém se situava, e muito menos proibidos de retornar.
O êxodo judeu não aconteceu, portanto.
A religião, entretanto, perdendo seu lugar central de culto, espalhou-se, abrindo concorrência com a seita cristã.
A religião judaica era então proselitista, ou tornou-se nas décadas seguintes e assim permaneceu por séculos.
Os rigores de conversão ao judaísmo é prática recente, segundo Shelomo.
Outra coisa interessante sobre judeus é a língua hebraica, já extinta na época de Jesus, que falava Aramaico, um dialeto Persa. O hebraico era apenas língua litúrgica, morta, usada como instrumento de ensino religioso, tal qual o uso do latim até recentemente. E, como o latim, totalmente esquecida, a tal ponto que precisou ser reinventada no século 20 para seu uso quando da tomada da terra aos palestinos. A inauguração da nova pátria exigiu um nova língua e o hebraico moderno é trabalho de linguistas modernos, que usando o dileto alemão idish o enxertaram com o velho alfabeto hebraico.
O idish não foi escolhido por acaso, a maioria dos que se achavam judeus eram da região do norte da Alemanha e Rússia, regiões de massivas conversões de antigos povos ao judaísmo.
Portanto, resumidamente, o judaísmo que durante séculos e séculos converteu povos da África ( judeus sefarditas) e do norte europeu ( judeus askenazes) e que nunca manteve entre esses distintos e extremados povos nenhuma identidade cultural ou étnica, além da religião, não pode dizer que formam uma raça distinta.
São mesticos, como a maioria de nós.
A invenção do judeu ateu, ou secular, é uma construção moderna, cuja raízes estão marcadas na história real, impossibilitando que esse tipo de engodo permaneça.
Há quem diga que a proporção de ateus em Israel é uma das maiores do mundo, o que é uma ironia profunda.
Vamos aguardar o novo livro de Shelomo Sand, para conhecermos em detalhes os motivos dessa construção fraudulenta.
