A revista Istoé em sua capa trombeteia a vigésima extinção do PT, dessa vez explodido por delação do Palloci.
Capa da Istoé, delação e Palloci, convenhamos, não explode ninguém.
Aparentemente nem vendas de revistas.
Já que não li e nem vou ler a bombástica reportagem, ao menos a presepada me trouxe uma lembrança da juventude, quando meu pai me contava as estórias do temor do regime militar com o ouro de Moscou.
A fortuna soviética, trazida por seus inúmeros e infiltrados agentes, espalhados por todas as cidades do país, sindicatos, repartições, escolas, quartéis, serviria para comprar apoio, distorcendo os resultados que em caso de lisura certamente confirmariam a preferência do povo na ditadura.
Por causa disso, ensinava, os militares iriam cancelar as eleições até que essa situação estivesse inteiramente controlada.
E dava uma risada, medindo a minha reação e se já entendia sua ironia.
Na terra das malas do Gedel, contas suíças do Paulo Preto, JBS, Aecio, o jornalismo nacional insiste na fortuna do PT, toda ela entregue em mãos e em dinheiro.
Trazida numa carreta, certamente.
Pena, Palloci poderia ter aproveitado e delatado que eram barras de ouro, e vindas de Moscou!
Acho que assim a estorinha teria ao menos base histórica e seria mais verossímel.
Pobre Palloci.
Pobre Brasil.
