A avaliação desse difícil momento provocado por uma paralisação que começou locaute, virou greve de patrões e autônomos e retornou a locaute, é unânime na direção do nocaute de um desgoverno já balançando.
Os petroleiros que seguiam na onda, talvez envergonhados de tanta inércia em suas ações diante do descalabro da administração em sua própria empresa, que a ação dos caminhoneiros tornou explícita.
A reação do judiciário partidário a socorrer o desgoverno e evitar uma reação que poderia descambar para uma greve geral.
Eu sempre admiro a avaliação certeira que esses sindicatos geralmente fazem do momento de agir, dessa vez eles foram atropelados pelo movimento patronal das transportadoras e demoraram a reagir.
Essa dificuldade vem desde 2013, cuja esfinge ainda permanece relativamente indecifrada e provoca ainda insegurança e calafrios nas esquerdas.
Embora ainda alguns focos de disputa da narrativa da greve vitoriosa aqui e ali ainda se manifestem, e o verdadeiro autor da façanha se dilua nos tantos participantes em todo o país, quanto ao derrotado ninguém alimenta dúvidas : o desgoverno.
As consequências de fraturas e doenças internas, nem sempre facilmente reconhecidas em exames preliminares , podem mascarar a gravidade da doença até quando sinais de fraqueza generalizados somados comprometem todo o organismo aparecem é quando acontece a falência múltipla de órgãos.
Esse me parece o caso, nada específico para matar, nada funcionando plenamente.
Nesses casos a morte costuma ser certa.
