Confesso que o início dessa greve dos camioneiros me deixou desconfiado, principalmente por conta da adesão da Globo e seu desembaraço para noticiar em tempo real os desdobramentos.
Nesse ponto ainda tenho sérias preocupações dos avisos seguidos sobre abastecimento e a propagação de pânico, não confio em nada que eles fazem ou noticiam.
Dito isso, talvez a questão central seja mesmo conduzir a narrativa dos fatos, em 2013 no início daquele movimento contra o reajuste das tarifas dos ônibus – os famosos 20 centavos – a Globo ficou contra e foi mudando na medida que percebeu o potencial destrutivo contido naqueles protestos.
Talvez por conta daquela experiência, tenham optado de sair na frente dessa vez.
Seja o que for, a verdade é que esse movimento assumiu múltiplas formas, ainda não sendo possível identificar reivindicação que ultrapasse o objetivo do protesto contra o custo do diesel, também dos pedágios no início se falou, e por mais esforço que tendências façam para conduzir a greve, ela segue acumulando apoios diversos.
Até aqui os esforços para negociar a saída mostram-se insuficientes e paliativos, não atingindo o cerne da questão que é a política dos preços praticados pela Petrobras, agora tornada um feudo do mercado nas mãos de Pedro Parente.
Sem resolver esse ponto, qualquer coisa que façam só joga a bomba mais umas semanas à frente.
O gestor da nossa estatal segue com mostras seguidas de total incapacidade, com comportamento típico de um sociopatia perigoso, e até senadores do PSDB, que foram responsáveis por sua indicação, sugerem sua demissão sumária, diante da carga insuportável que sua proximidade nas eleições promete naufragar quem se disponha a carregar.
Seguimos nessa batida, mas alguma coisa moveu-se nessa terra e isso foi extramamente positivo.
Ps.: escrito antes do anúncio do acordo anunciado para o fim da greve. Não precisei mudar uma vírgula!
