Saídas.

É muito difícil e doloroso encarar a realidade, sempre é.

Por conta disso inventamos coisas, defeitos e virtudes, vícios, para lidar subjetivamente com a objetividade implacável da vida.

Verdade é que sonhamos para seguir em frente, sem certeza de nada nos movemos nos nevoeiros enquanto a luz que aparece aqui ou ali nos animam e reorientam a caminhada.

Se é pra lutar por alguma coisa, lutaremos por paz. No que depender de nós faremos a paz, que é muito melhor do que qualquer outra coisa.

E não devemos instigar aos outros as batalhas que imaginamos comuns, de responsabilidade comum, porque o sofrimento do conflito não escolhe vítimas, distribui dor e danos sem distinção e cada um tem direito de escolher as suas batalhas.

Talvez os que já sofrem e pagam com miséria as injustiças desse mundo, sofram e precisem pagar ainda mais nessas horas de conflito, e eles sabem disso.

Criticam agora o Lula porque dizem que ele errou ao se entregar, desmobilizou.

Essa questão reside na pergunta do quê exatamente consistia essa mobilização que imaginam existir no entorno do ex presidente. Sem ilusões, não existia e nem existe.

Só vai existir, se, o quadro deplorável de desemprego e crise transformar-se em desespero. Dai, desse desespero pode nascer a necessidade de defender a vida, não a do líder preso, mas a própria.

Aí, talvez, através de grande sacrifício nasce uma possibilidade, que precisa vencer seus entraves ancestrais de autonomia, independência, iniciativa.

Como podemos ver, uma tarefa de desafios dos séculos que gerações tentaram e nas batalhas mais perdidas que vitoriosas construíram o sonho de um Brasil para todos.

Enquanto essa batalha não começa e a realidade não impôs ainda fardos insuportáveis, o grande líder popular brasileiro terá que esperar.

Ele continuará na luta, com chances de vencer, apesar de tudo.

Apesar de nós.


Deixe um comentário