Privilégio dentro do privilégio.

Uma das maiores desgraças atualmente, apesar das pessoas acharem que não, é o ativismo legislativo do STF.

Mesmo diante do pior congresso possível – “espere até o próximo”, como nos alertava Ulisses Guimarães – e incapaz de escapar do cerco de interesses imediatos e rasteiros, todos devidamente comissionados, nada fazem para cumprir com eficácia seus mandatos.

Mesmo assim, essa audácia legislativa do supremo é a pior coisa que poderia estar acontecendo.

Porque, entre outras coisas, além do caos que causam, é que estão gostando e não vão parar espontâneamente.

Alguém ou alguma coisa terá que fazê-lo.

Até lá, teremos que assistir a esses espetáculos de hipocrisia e demagogia, como o de ontem na votação unânime das mudanças no foro dos deputados e senadores.

Mudanças que, verdade seja dita, foram boas.

Tão boas que vossas excelências esqueceram de ampliar, incluindo juízes e procuradores na mudança.

Sim, porque não o fizeram, mantendo a casta do judiciário com privilégios de foro que negaram aos pobres congressistas.

Gilmar, sempre ele, para o bem ou para o mal, tentou incluir a todos no seu voto mas foi vencido pela couraça de oportunismo dos demais, a exceção do fiel escudeiro toffoli.

Conclui-se dessa forma inglória mais um dia de legislação judiciária, tão nobre, intetesseira e corporativa quanto seus pares dos demais poderes.

Com a desvantagem decisiva da possibilidade de serem afastados periodicamente por voto popular, o que esses juízes fazem é substitui-lo deslegitimando a vontade soberana do povo.

Isso, por certo, não vai acabar bem.


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