Carry trade.

Esse é o nome dado às operações nas bolsas que consistem em investidores estrangeiros que pegam dinheiro emprestado em seus países de origem, geralmente a juros muito baixo para os nossos padrões, e aplicam nas bolsas de países emergentes.

São operações de risco e alavancadas, porque na realidade você não tem o dinheiro e arrisca investir um recurso pagando o empréstimo em forma de juros.

Dessa forma, alavancados por empréstimos, o capital internacional produz rios de dinheiro nos mercados emergentes, contando sempre com o beneplácito dos respectivos governos bananeiros que carecem de dólares para fingir estabilidade e controle inflacionário.

Esse é o fundo da questão cambial que desde sempre aflige países subdesenvolvidos, como Brasil e Argentina, e é o principal motivo do cuidado com a chamada âncora cambial e a vigilância da cotação para evitar pânico e retirada súbita desse capital especulativo.

Se o dólar sobe, o investidor estrangeiro vê seus lucros indo para o ralo e saca seu dinheiro no menor ruído.

Assim, formam-se os efeitos em cascatas.

Outra questão é o mercado de hedge cambial, que nada mais é do que comprar dólares hoje para usar no pagamento de dívidas em moeda estrangeira no futuro, imaginando que a tragetória do câmbio possa conter riscos de alta essa operação permite previsibilidade no custo da moeda estrangeira.

Esses movimentos todos, por sua vez, acabam por tensionar o presente uma vez que tudo isso acontece porque a previsão que provaca todas essas operações é a expectativa de alta no câmbio.

Se os governos desses pobres países não aumentam seus juros de forma exorbitante, dependendo essa decisão de suas reservas em
Moeda estrangeira serem capazes ou não de abastecer a saída desses investimentos abutres, as aves de rapina em forma de investimentos especulativos sai voando, só a atração de carniça em forma de premios maiores e irresistíveis – juros altíssimos – segura a voracidade desse tipo de negócio.

Nesse balanço de miséria – nossa- e investimento abutre, sobrevivem os pobres desse mundo, situação que agrava-se com o uso de robôs ligados 24 horas por dia nos mercados e que acionam decisões em tempo real com valores financeiros capazes de desestabilizar países.

É isso que está acontecendo na Argentina.

O esforço de recuperação da credibilidade é esse subir juros às estratosferas e garantir recursos para a livre movimentação dos abutres.

Não é preciso ser um gênio para descobrir onde isso vai parar.

E, é bobagem ficar nessa de dizer que os problemas vem de fora, porque os problemas sempre vem de algum lugar, depende de nós, países subdesenvolvidos, criarmos as condições para evitar ou ao menos amortecer esses criminosos que chamamos de mercado.

Por essas bandas é só esperar, já sentem o cheiro da carne apodrecendo e já nos pegam.


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