Birutas.

Após a decisão do STF de retirar do juíz do Paraná as delações da Odebrecth, porque não estariam ligadas a Petrobras e, portanto, fora da alçada da 13º vara de Curitiba e sujeitas a julgamento no local onde os crimes teriam sido cometidos, São Paulo, segundo o conhecido princípio do juiz natural.

A resposta do juiz do Paraná foi que esperaria a publicação da decisão para saber o que fazer, ao mesmo tempo que argumentava possuir outras provas além das delações da Odebrecth para manter o caso.

Os advogados de defesa do presidente Lula entraram com liminar no STF exigindo o imediato envio dos processos para São Paulo e salientaram a desobediência do juiz do Paraná.

A resposta do STF, através de decisão de Toffoli, confesso, ainda estou tentando entender.

Me parece que mais gente também.

Porque o ministro nega a necessidade do envio do processo a São Paulo, somente a parte referente à delação da Odebrecth, salienta que não examinou os nexos, diz que isso vai aparecer ou não durante o andamento do processo no Paraná e, supõem-se, o ministério público de São Paulo também vai abrir processo sobre Essa delação ,coisa que já havia feito no passado e a todos inocentado, e, completando, instala o duplo juízo sobre um mesmo crime ao processar ilícito sobre mesmo objeto dos processos que correm no Paraná.

Alguém que sabe muito mais que eu sobre esses assuntos, chamou a questão de disputa entre um juiz desobediente e um tribunal superior indeciso.

Eu, que pouco sei das coisas deles, da vida sei um pouco e enxergo um pouco diferente.

Primeiro, importante salientar que o processo que Moro está na bica de concluir sobre o sítio de Atibaia, com a decisão anterior do STF e essa posterior de Toffoli, fica na prática tudo suspenso. Os prazos no despacho do ministro com pedido de esclarecimento vai precisar de uns dois meses para respostas.

Segundo, quando o ministro desdiz o que disse antes, qual seja, que os desdobramentos referentes à delação Odebrecht ficam em São Paulo, mas que podem ficar no Paraná, coloca o juiz de Curitiba numa sinuca sem saber onde ancorar as suas decisões. Na prática, paralisa tudo.

Terceiro, deixa subentendido no despacho que no decorrer do processo deverá ser provado o nexo entre Petrobras e sitio, também o triplex !, conforme a jurisprudência.

Concluindo, Toffoli não explicou, confundiu muito mais, paralisou, não disse sim e nem disse não, sinalizou sem interferir.

Cá entre nós, vocês acreditam que ele fez isso tudo aí sem querer?

Querendo?


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