E ainda no lucro do Itaú e acompanhando as recentes declarações dos diretores do banco, podemos avançar em mais algumas observações.
Os diretores anunciam que o spread do juro cobrado pode diminuir.
Vamos aguardar para confirmar, mas o balanço do trimestre mostrou queda importante do volume de dinheiro emprestado, seguros, financiamentos. Como sabemos, só a tesouraria garantiu o nível elevado do resultado.
As expectativas do fechamento anual com lucro pra mais de 24 bilhões continua, mas dá pra perceber que um sutil mas importante cenário vai se formando, quando a direção tenta salientar preocupação com resultado operacional pode significar percepção de mudança.
Pra não entrar no jargão hermético desse tipo de declarações, os banqueiros preocupados com a recessão e a crescente queda do faturamento dos negócios, reluta em colocar todas as fichas na tesouraria diante das indefinições que a eleição próxima apresenta.
Na atual batida, um candidato que imponha agenda restritiva dos ideais privatizante e de menor prioridade de pagamento de juros, pode provocar um tranco muito duro nos resultados futuros dos bancos.
Um sinal que pretendem impor um outro ritmo de menor dependência foi dado, difícil acreditar que aconteça alguma coisa nesse marasmo que também os bancos ajudam a manter.
Concluindo, eles até sabem que precisam mudar, mas o uso prolongado do cachimbo entortou por demais as bocarras.
Pior, viciou o bicho.
