21 de abril

“(…) Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, Alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas, a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, aonde em lugar mais público dela será pregada, em um poste alto até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregado em postes pelo caminho de Minas no sítio da Varginha e das Cebolas, aonde o Réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios de maiores povoações até que o tempo também os consuma; declaram o Réu infame, e seus filhos e netos tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e a Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique e não sendo própria será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados e no mesmo chão se levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável Réu (…)”.

A muito me acertei com a história do nosso herói inconfidente, porque compreendi que não por acaso o condenaram a sofrer todas as atrocidades possíveis, sabiam que estavam atingindo o coração do movimento.

Nem só Tiradentes foi supliciado, dez outros inconfidentes foram igualmente sentenciados à morte. A leitura da ata da sua condenação, de onde extraí o trecho acima, esta disponível facilmente e mostra.

Da ata sabemos das façanhas do herói, longe de ser um bobo usado como bode para expiar os pecados de terceiros.

Tiradentes era um líder destemido, propagandista do ideal revolucionário que pregava, tendo até imaginado a bandeira do movimento , que mesmo voto vencido na ocasião, acabou eternizada na atual bandeira de Minas Gerais.

Vou evitar de traçar os paralelos que me fizeram escrever este post, os sinais da nossa história atual ainda são tênues e apontam para soluções que ainda não estão definidas.

Mas noto a semelhança dos tempos, e rogo que os destinos dos heróis de hoje sirvam mais àqueles que lhes são contemporâneos do que de lembrança para as gerações futuras.


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